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Estudo revela que dislexia não pode ser considerada um transtorno

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Um estudo mostrou que a dislexia deve ser considerada uma forma diferente de pensar, não um distúrbio. A pesquisa foi publicada na sexta-feira, 24, na revista científica Frontiers in Psychology. Os cientistas chegaram a essa conclusão por meio de análises cognitivas, comportamentais e do cérebro que mostram que as pessoas com dislexia são especializadas em explorar o desconhecido e pensar “além da caixa”.

A pesquisa mostra que, como o cérebro tem capacidade limitada, a única maneira de melhorar a adaptação é usar diferentes estratégias. Algumas pessoas se especializaram mais na exploração de informações aprendidas, enquanto outras se concentraram mais na descoberta e na invenção.

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As descobertas mostram que pessoas com dislexia são menos eficientes no aprendizado processual do que as demais, esclarece Taylor, mas isso gera pontos positivos e negativos para ambos os grupos

“Em muitos outros campos de pesquisa, entende-se que os sistemas adaptativos, sejam organizações, cérebro ou colmeia, precisam alcançar um equilíbrio entre o tanto em que exploram e tiram vantagem para se adaptar e sobreviver”, comenta a pesquisadora Helen Taylor, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, coautora do estudo, citada pela revista britânica.

Por mais de 100 anos, a dislexia tem sido vista de forma negativa, associada ao transtorno de déficit de atenção. Ela é considerada um problema no desenvolvimento e na capacidade de aprendizagem. Mas, a distinção entre cérebros disléxicos e tradicionais deve ser enquadrada simplesmente como uma forma diferente de pensar, revela Helen Taylor.

“Todos nós temos dificuldades em áreas que são os pontos fortes de outras pessoas. É lamentável que no caso de quem tem dislexia, as dificuldades sejam continuamente destacadas, em parte devido à natureza da educação e em parte devido à importância da leitura/escrita na nossa cultura”, completa a pesquisadora da Universidade de Cambridge.

Ela conta que a maneira como o cérebro organiza os neurônios difere dependendo se é melhor no pensamento global “expandido” ou no pensamento local “orientado para detalhes”. Indivíduos com dislexia demonstraram ter mais conexões de longo alcance e menos locais.

Como essas formas de pensar evoluídas são complementares, elas funcionam melhor em colaboração, afirma Taylor à revista. A união de cérebros exploradores de pensamento global com os de pensamento local leva a soluções que não poderiam ser imaginadas por um indivíduo ou mesmo um grupo de pessoas semelhantes.

Com informações do TrendsBR

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