A Polícia Federal divulgou o laudo do incêndio no galpão da Cinemateca, em São Paulo. A conclusão da PF é de que o incêndio foi acidental. O fato ocorreu em 29 de julho de 2021. Roteiros, cópias de filmes, equipamentos antigos, alguns com mais de cem anos, foram destruídos pelo fogo.
Toda a análise dos materiais coletados no local e os testes foram feitos no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília. Segundo a perícia, o incêndio começou depois de problemas na limpeza da tubulação do sistema de ar-condicionado.
Naquela semana, uma empresa limpava o sistema de ar-condicionado e, no dia do incêndio, os técnicos trabalhavam na laje do galpão, numa condensadora. Para limpar o encanamento, os técnicos usaram uma solda para abrir buracos e injetar o produto. Depois de o formiato de metila agir, é preciso retirá-lo da tubulação, porque ele é um líquido que evapora muito facilmente, a trinta e dois graus celsius, e é altamente inflamável. Os técnicos, então, aplicaram gás nitrogênio para remover todos os vestígios do solvente.
Mas, segundo a perícia, isso não aconteceu. Quando os técnicos terminaram o serviço, eles soldaram os buracos abertos. Ou seja, colocaram uma fonte de calor intensa na tubulação que ainda tinha o formiato de metila. Segundo a conclusão da perícia, havia um vazamento nos tubos do ar-condicionado e é provável que ali tenha se formado uma poça de formiato de metila.
Além da origem, a perícia também investigou como o fogo se espalhou pelo galpão da cinemateca. E apontou que a falta de um sistema de detecção de incêndio pode ter contribuído para a propagação das chamas.
Na época do acidente, a cinemateca estava sendo administrada diretamente pela secretaria especial de cultura do governo federal. Foi o órgão que contratou a Chilleer, com sede no Rio de Janeiro, que fez a limpeza do sistema de ar-condicionado.
Em nota, empresa negou que estivesse usando solda no momento do início do incêndio. Segundo a Chilleer, era “final do expediente e os técnicos estavam se preparando pra ir embora”.
A Secretaria Especial da Cultura disse que “avalia medidas administrativas/judiciais no sentido de apurar responsabilidades com vistas a recomposição ao dano ao patrimônio público.”
Com informações do G1