FOTO: Ascom Hospital Ophir Loyola
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Especialista dá dicas essenciais para resguardar o aparelho vocal no período do verão

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Alterar a voz na tentativa de ser ouvido em locais com ruídos intensos – a célebre competição sonora – é um perigo à saúde, principalmente no período de veraneio, quando o calor intenso e hábitos inadequados podem gerar ou até mesmo agravar os prejuízos no trato vocal.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma conversa em tom considerado normal e saudável mantém-se em torno dos 50 decibéis (dB). Valores superiores ao recomendado afetam diretamente a qualidade de vida, ocasionando dores de cabeça, estresse e, a depender do ruído e do tempo de exposição, danos auditivos e surdez. Outro fator de risco relacionado aos ambientes ruidosos é a necessidade de falar mais forte, prática que, se contínua, desgasta as estruturas de fonação e podem ocasionar alterações vocais.

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Os prejuízos à voz variam desde a rouquidão até lesões nas pregas vocais. Morador de Inhangapi, nordeste paraense, o assistente de manutenção Luiz Gonzaga Ruffeil, 38 anos, já sentiu na pele o que é ficar sem voz. Acometido por um câncer de cabeça e pescoço, teve de lidar com a perda vocal por cerca de quarenta dias. “Eu sou católico e costumava cantar na igreja, então foi muito difícil ficar sem voz. É angustiante a gente querer falar e a voz não sair. Foi aí que comecei a escrever as coisas no meu celular e a pedir para as pessoas lerem. Quando o celular não estava por perto, fazia mímicas”, recordou.

Ruffeil iniciou tratamento no Hospital Ophir Loyola (HOL) em fevereiro deste ano. Na instituição recebeu cuidados radio e quimioterápico e, atualmente, é acompanhado de perto pela equipe de fonoaudiologia. “As pessoas mais próximas notaram que, após o tratamento e o acompanhamento com a fonoaudióloga do hospital, a minha voz mudou, está mais forte, mais grave. Eu me sinto muito melhor”, afirmou.

Para a chefe da Divisão de Fonoaudiologia do HOL, Cláudia Martins, o acompanhamento com um especialista e a disciplina do paciente são fatores importantes na recuperação. “O impacto social é muito grande quando a pessoa perde a voz, mas o Luiz é um paciente exemplar. Desde o início, ele seguiu todas as orientações e praticou todos os exercícios e isso, sem dúvida, contribui para que a melhora ocorra em tempo hábil. A voz dele está saudável, mas ele continua sendo assistido para tratar a disfagia, que é a dificuldade de engolir alimentos e líquidos”, explicou Cláudia.

Durante a entrevista, Luiz não deixa de lado a garrafa com água. Aprendeu com a reabilitação vocal e de deglutição sobre a importância da hidratação e também de evitar esforços vocais, principalmente em ambientes barulhentos. “Não saio de casa sem a minha garrafa e tornei a ingestão de água natural um hábito. Além disso, não fico forçando muito a voz”, afirmou.

“As cordas vocais têm uma condição tão delicada que precisamos manter a hidratação em dia. Uma boa recomendação de verão é ingerir em jejum ¼ de maçã, que é um adstringente natural e é muito benéfica, principalmente para quem trabalha com a voz, como é o caso de cantores ou professores. A ingestão de água é essencial, mas sempre pedimos que evitem o consumo de bebidas alcoólicas, café e de achocolatados, que são alimentos que prejudicam a voz”, esclarece Cláudia.

Recomendações para manter a saúde vocal em dia:

Beba bastante água natural. No mínimo, oito copos diários;

Evite competição sonora. Quando estiver em ambientes barulhentos, evite falar mais forte, porque pode ocasionar a famosa disfonia – rouquidão oriunda de resfriados e abusos vocais;

Evite bebidas alcoólicas, cafés e achocolatados, pois agridem as cordas vocais;

Não fume;

Evite falar ou emitir sons enquanto pratica atividade física, pois ocorrem agressões às pregas vocais. Além disso, a respiração pela boca pode ressecar o trato oral;

Evite sussurrar ou pigarrear para não agredir ou tensionar as cordas vocais;

Após gritar ou realizar esforço vocal, poupe a voz o máximo possível;

Evite o consumo de balas de gengibre, pastilhas e mentas ou remédios que apenas mascaram a dor; e

Caso a rouquidão persista por mais de 15 dias, procure ajuda médica.

Fonte: Ascom Hospital Ophir Loyola

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