No último fim de semana, um padre de Nova Olinda, no Ceará, se recusou a dar a bênção final aos noivos Brenda Jamili, de 18 anos, e Eliwelton Silva, 24. O motivo que levou o padre a encerrar a cerimônia antes do tempo previsto foi a indignação ao ver dois cachorros entrando na igreja para levar as alianças. Na ocasião, ele declarou que “Isso é o cúmulo, dois animais entrando na igreja com as alianças. É inadmissível”.
O casal relata que apesar da atitude do religioso, eles tinham autorização da paróquia para levar os animais. A noiva contou que se sentiu muito triste ao ouvir a declaração do sacerdote: “Apenas assinamos o livro, e ele deu as costas. Nos sentimos envergonhados, fracos, não tivemos ação nem de reagir na hora”, disse.
Os noivos são voluntários do Instituto Lilica, ONG que resgata animais de rua e os encaminha para adoção. Foi o caso dos vira-latas Pipoca e Scooby, adotados por Brenda e Eliwelton e escolhidos para fazerem parte da cerimônia. Pipoca foi resgatada machucada e cega de um olho. Já Scooby perdeu o movimento de uma das pernas após um acidente. Os dois entraram na igreja guiados por familiares.
Nas redes sociais, a jovem fez um desabafo sobre o caso onde diz: “Eu e Eliwelton somos católicos, cremos que nosso casamento precisa da bênção de Deus, e precisamos do homem para isso. Enfim, não tivemos essa bênção pelo fato de o padre achar um cúmulo dois cachorros entrarem com as alianças. Não fomos declarados marido e mulher porque é um absurdo dois cachorros entrarem com as alianças, não teve o ‘agora os noivos podem se beijar’ porque dois cachorros levaram as alianças”, lamentou.
Ela destaca que “Ao meu ver, ninguém é obrigado a gostar de qualquer animal, mas aceite, não despreze, você não é obrigado a ter um animal em sua casa, a alimentar os das ruas, mas aceitar que é um ser que pode ser bem-vindo em qualquer lugar é um dever seu”.
Diante da repercussão do caso e dos ataques direcionados ao padre por usuários indignados com as declarações, o Instituto Lilica divulgou uma nota afirmando que não compactua com os ataques direcionados ao padre, que “já ajudou a presente entidade por diversas vezes e de várias formas” e reforça que “Manifestamos nossa tristeza pelo ocorrido, uma vez que, ao nosso entender, como cristãos e amantes da causa, o amor estava ali representado, assim como estava respeitada a Igreja, visto a autorização prévia da secretaria paroquial, sendo angustiante a surpresa do repúdio em meio à cerimônia”.
Com informações do Metrópoles