Aumento dos combustíveis deixa alimentação do paraense mais cara

Os novos preços do botijão de gás, gasolina e diesel entraram em vigor nesta quinta-feira, 1, devido às novas alíquotas do ICMS aprovadas em outubro de 2023. No bolso do paraense, que teve a maior inflação de 17 capitais na cesta básica no último ano, o impacto é ainda maior, já que parte dos alimentos...

Publicado em 26 de junho de 2024 às 14:04

Os novos preços do botijão de gás, gasolina e diesel entraram em vigor nesta quinta-feira, 1, devido às novas alíquotas do ICMS aprovadas em outubro de 2023. No bolso do paraense, que teve a maior inflação de 17 capitais na cesta básica no último ano, o impacto é ainda maior, já que parte dos alimentos consumidos diariamente chegam ao Pará pelas estradas e os gastos de transporte são repassados ao valor final pago pelo consumidor.

O Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belém alerta que o aumento impacta empresas de alimentação fora do lar em todo o estado, indo muito além da Grande Belém.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE-PA), apenas em dezembro de 2023, a cesta básica dos paraenses custou R$ 645,44 comprometendo o equivalente a 52,86% do Salário Mínimo, que na época, era de R$ 1.320,00. Desde o dia 1º de janeiro de 2024, o salário foi reajustado para R$ 1.412,00.

. Crédito: Fonte: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE)

Efeito Cascata

A partir de hoje, o ICMS da gasolina muda de R$ 0,15 para R$ 1,37 por litro, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o que aumenta o preço médio no país de R$ 5,56 para R$ 5,71 por litro. Já no diesel, a alta será de R$ 0,12, levando o diesel S-10 acima dos R$ 6 por litro. No gás de cozinha, o aumento da alíquota leva o botijão de 13 quilos ao reajuste de R$ 100,98 para R$ 103,6.

No final de dezembro, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, chegou a afirmar que ‘não há motivo’ para aumento dos preços dos combustíveis em janeiro de 2024. Na época, ele alegou que existiria razão para uma baixa do valor nas bombas. No entanto, o aumento seguiu de acordo com o previsto.

O economista Nélio Bordalo Filho, conselheiro do Conselho Regional de Economia dos Estados do Pará e Amapá (CORECON-PA/AP) explica que o aumento nos custos de transporte e produção pode afetar a rentabilidade das empresas, levando a ajustes nos preços e causando inflação.

Ele enfatiza ainda que o aumento nos preços dos combustíveis afeta também não possui veículo próprio, pois o reajuste provoca um efeito cascata que influencia os preços de diversos produtos e serviços. 'Isso ocorre porque os aumentos nos custos dos combustíveis podem influenciar os preços de diversos produtos e serviços. Por exemplo, os custos de transporte de mercadorias podem subir, resultando em preços mais altos para alimentos, bens de consumo e serviços em geral', explicou Nélio.

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E agora?

O Sindicato dos Combustíveis do Pará (SINDICOMBUSTÍVEIS-PA) em nota, disse que o aumento da gasolina e do diesel vai depender do valor repassado pelas distribuidoras: 'Trata-se de majoração decorrente de impostos, que não possui relação com a atividade. Estes valores também não são fixos. O impacto efetivo na bomba dependerá do valor efetivamente transmitido pelas Distribuidoras.'

Nélio Bordalo Filho destaca que este é o primeiro aumento do ICMS após a mudança no modelo de cobrança do imposto, que passou a ter alíquotas em reais por litro e não mais em percentual sobre um preço estimado de bomba dos produtos.

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