Jovem recupera movimento do braço após cirurgia inédita em Itaituba, no Pará; assista

Após sofrer um grave acidente de moto, o operador de grandes embarcações Wemerson Jhonatan Gomes Azevedo, de 27 anos, percorreu diversas unidades de saúde durante um ano em busca de recuperar os movimentos do braço direito. Sua qualidade de vida foi devolvida após uma cirurgia inédita na cidade de Itaituba, no sudoeste paraense. A queda...

Publicado em 26 de junho de 2024 às 15:34

Após sofrer um grave acidente de moto, o operador de grandes embarcações Wemerson Jhonatan Gomes Azevedo, de 27 anos, percorreu diversas unidades de saúde durante um ano em busca de recuperar os movimentos do braço direito. Sua qualidade de vida foi devolvida após uma cirurgia inédita na cidade de Itaituba, no sudoeste paraense.

A queda e o choque do acidente diretamente os nervos do jovem, gerando uma condição muito difícil de ser revertida: 'Eu não conseguia mexer meu braço de jeito nenhum, nem a mão. Praticamente todos os médicos diziam que o meu caso não tinha jeito, que seria muito difícil eu voltar a mexer meu braço devido ao rompimento dos nervos', diz.

Há pouco mais de um mês, o caso de Wemerson foi avaliado pelo neurocirurgião João Fabrício Palheta, no Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba, no sudoeste do Pará.

'Era uma situação realmente difícil e delicada. Mas o médico precisa buscar meios para reabilitar o paciente', acrescenta o doutor João Fabrício. Ele então propôs a realização de uma cirurgia para 'religar' os músculos do braço que haviam se rompido depois do acidente e Wemerson aceitou. 

Antes da operação, o paciente realizou diversos exames, incluindo eletroneuromiografia de membros superiores e ressonância da coluna cervical. Durante o procedimento, que durou cinco horas, o neurocirurgião transferiu nervos funcionais do braço para áreas danificadas, restaurando a possibilidade de movimento e a sensibilidade do membro afetado. 

'O Wemerson tinha uma lesão muito grave do plexo braquial com avulsão, ou seja, danos às raízes nervosas, o que prejudicava a flexão do braço e do cotovelo', explicou o doutor João Fabrício. Assim, o médico utilizou uma técnica conhecida na medicina, mas inédita no Hospital Regional do Tapajós, a transposição de nervos periféricos. Na prática, o neurocirurgião e sua equipe usaram nervos saudáveis do braço de Wemerson para substituir os nervos rompidos durante o acidente, um 'religamento'.