Justiça condena membros de grupo religioso por trabalho escravo e tortura no Pará

A Justiça Federal condenou cinco membros da Comunidade São Lucas, por crime de trabalho escravo, tortura e associação criminosa. A decisão foi publicada na última terça-feira, 21, pela vara de Tucuruí, no sudeste paraense. Os réus, que já estavam presos, ainda podem recorrer da decisão, segundo o Ministério Público...

Publicado em 26 de junho de 2024 às 08:25

A Justiça Federal condenou cinco membros da Comunidade São Lucas, por crime de trabalho escravo, tortura e associação criminosa. A decisão foi publicada na última terça-feira, 21, pela vara de Tucuruí, no sudeste paraense.

Os réus, que já estavam presos, ainda podem recorrer da decisão, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

Condenação

Segundo a sentença, três dos réus — líder, vice-líder e gerente da comunidade — devem cumprir 29 anos e nove meses de reclusão, além de terem que pagar multa diária de R$ 316, pelos crimes de trabalho escravo, tortura e associação criminosa.

O documento descreve que o líder exercia o controle financeiro de todos os bens e empreendimentos da comunidade, onde também foram apreendidas armas de fogo na posse dos réus.

Já o vice-líder 'ocupava o segundo lugar na hierarquia do comando da comunidade e vários foram os depoimentos que o apontavam como agressor direto, nas punições físicas e outros castigos e impedia a saída dos demais membros da comunidade', destacou a sentença.

Mulher e mãe, a responsável por gerir a comunidade foi descrita na decisão pela extrema crueldade no modo de agir em relação a crianças e outras mulheres.

Assim como os três, o quarto réu foi condenado a 29 anos e nove meses pelos mesmos crimes, além do pagamento da multa. O documento aponta que diversas vítimas citam ele como autor de agressões e espancamentos, tendo inclusive raspado o cabelo de uma delas.

Já o quinto condenado deve ficar nove anos e três meses de reclusão e pagar R$ 35 de multa diária, pelos crimes de trabalho escravo e tortura.

Relembre o caso

O caso repercutiu em junho de 2022, quando foram resgatadas 55 pessoas, incluindo menores de idade, na comunidade religiosa, localizada no município de Baião, no nordeste do Pará. Na época, trabalhadores estavam sendo submetidos à condições análoga à escravidão. Também foi denunciado os crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, bem como tortura.

Com informações do G1.