MPF pede ação emergencial de proteção territorial em reserva indígena no Pará

O Ministério Público Federal (MPF), na manhã desta quarta, 8, enviou ofício à Diretoria de Proteção Territorial da Fundação Nacional do Índio (Funai), o documento pede medidas emergenciais para proteção da reserva indígena da comunidade São Francisco dos indígenas Yudjá, na região da Volta Grande do Xingu, oeste do...

Publicado em 26 de junho de 2024 às 09:58

O Ministério Público Federal (MPF), na manhã desta quarta, 8, enviou ofício à Diretoria de Proteção Territorial da Fundação Nacional do Índio (Funai), o documento pede medidas emergenciais para proteção da reserva indígena da comunidade São Francisco dos indígenas Yudjá, na região da Volta Grande do Xingu, oeste do Pará.

A reserva é vizinha ao local onde uma empresa mineradora canadense pretende fazer suas instalações, conflitos por terra com assentados de reforma agrária são frequentes no local. A mineradora fez aquisição das terras, mas o processo é apontado como irregular em processos judiciais movidos pela Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) e pela Defensoria Pública da União (DPU).

Na última semana, grupos de assentados que tinham sido expulsos pela mineradora promoveram a retomada da área. O MPF entende que é preciso medidas emergenciais e preventivas de identificação e proteção da área da Comunidade São Francisco. A Funai tem um prazo de cinco dias para responder a solicitação de inserção de placas indicativas dos limites da reserva indígena, alertando aos ocupantes da área vizinha quanto à presença de aldeia indígena na localidade.

Entenda o caso – Em abril de 2022, a DPE e a DPU ingressaram com ação civil pública pedindo anulação de contrato que concede áreas então destinadas à reforma agrária para exploração pela mineradora Belo Sun na região da Volta Grande do Xingu, no Pará.

Os defensores públicos apontam diversas irregularidades na concessão de terras à empresa canadense Belo Sun. Segundo a DPE, de 2012 a 2016, a mineradora se apossou de cerca de 3,5 mil hectares de terras no Projeto de Assentamento (PA) Ressaca e na gleba federal Ituna, sem qualquer autorização válida do poder público federal.

As defensorias argumentam que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não cumpriu com sua obrigação legal de realizar vistoria para fins de supervisão ocupacional no PA Ressaca antes da celebração do contrato. Outro problema na região refere-se à ausência de regularização fundiária dos imóveis da União denominados Vila do Galo e Vila da Ressaca, ambos inseridos na gleba Ituna e que integram a área concedida à mineradora no acordo com o Incra.

Com informações do MPF