Operação resgata família de operários que dividia barraco com morcegos no Pará

A Polícia Federal, em operação com o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho, resgatou três trabalhadores em condições análogas à escravidão, durante operação feita de segunda a sexta-feira, 15 a 19. Também foram identificados 24 agricultores em condições precárias, durante diligências em fazendas...

Publicado em 26 de junho de 2024 às 10:13

A Polícia Federal, em operação com o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho, resgatou três trabalhadores em condições análogas à escravidão, durante operação feita de segunda a sexta-feira, 15 a 19. Também foram identificados 24 agricultores em condições precárias, durante diligências em fazendas que passam pelos municípios de Santo Antônio do Tauá, Santa Izabel, Barro Branco, Vigia, Terra Alta, São Caetano de Odivelas e São João da Ponta. Cinco pessoas foram indiciadas pelo crime.

A operação partiu de denúncias recebidas pelos três órgãos sobre a situação degradante de trabalhadores que cultivavam açaí e mandioca, em diversas propriedades cercadas de mata fechada, a horas de distância de qualquer centro urbano. A PF havia aberto três inquéritos e, no início da semana, partiu em diligências, reunindo 14 agentes de segurança dos órgãos envolvidos.

. Crédito: .

Os funcionários foram encontrados sem equipamentos, primeiros socorros, banheiro nem água potável. A comida era precária, com jornadas exaustivas e sem formalização de documentos trabalhistas.

Três deles estavam em situação tão precária que tiveram que ser retirados logo do local, tendo a relação de trabalho finalizada de imediato e ficando sob responsabilidade do MPT. Eles e suas famílias dormiam em um barraco de madeira com dezenas de morcegos no teto, com excesso de sujeira, óleo e até produtos químicos.

Outros 24 trabalhadores continuam onde já moravam e voltam a trabalhar quando os patrões cumprirem as exigências trabalhistas. Outros casos são analisados durante o inquérito e a operação deve ir a mais propriedades nas próximas semanas.Os indiciados são proprietários e gerentes das fazendas, que foram ouvidos pela PF durante a operação.