Página 'Justiça por Yasmin' alerta sobre desrespeito de Lucas Magalhães com a Justiça e denuncia 'paredões' em Salinas

O acusado também é apontado como dono de um dos "paredões" que se reúnem durante os finais de semana nas férias de julho, para promover festas ilegais na praia do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste paraense.

Publicado em 26 de julho de 2024 às 12:08

Lucas Magalhães e, ao lado, o "paredão" Magalhães -
Lucas Magalhães e, ao lado, o "paredão" Magalhães - Crédito: Reprodução/Redes sociais

Lucas Magalhães, o principal suspeito na morte da jovem Yasmin Macedo, em dezembro de 2021, estaria descumprindo medidas judiciais impostas para a liberdade provisória no processo sobre o crime. Segundo uma publicação no Instagram @justiçaporyasmin, ele estaria "fazendo graça do judiciário" e teria comprado "todas as autoridades". Na mesma postagem, também denuncia que ele estaria descumprindo a medida judicial que não permite que ele fique a partir das 22h, entre outras situações.

O que levanta a questão de que Salinópolis, ou Salinas como é popularmente chamado um dos principais destinos turísticos do Pará, enfrenta um problema recorrente: os paredões ilegais que ocorrem nas praias, marcadas por música alta, com decibéis acima do permitido por lei, além de gerar aglomerações. Essas festas ilegais deixam a faixa de areia tomada por toneladas de lixo, o que tem gerado reclamações de moradores locais e turistas que mal conseguem transitas nas areias das praias por conta dos resíduos. Frequentemente, imagens do lixo acumulado são compartilhadas nas redes sociais, evidenciando o impacto ambiental negativo.

Vídeos compartilhados em perfis nas redes sociais mostram a atuação dos “paredões” e entre um deles, aparece o “paredão Magalhães”, no qual supostamente Lucas Magalhães é dono.

Crime Ambiental

A utilização de paredões de som em áreas públicas, como as praias, é considerada crime ambiental. De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), é punido quem causa danos à fauna, à flora e ao meio ambiente de forma geral. A poluição das praias devido ao descarte irregular de lixo é uma clara violação dessa legislação, comprometendo a beleza natural e a sustentabilidade da região.

Julgamento

Em janeiro de 2023, a Justiça decidiu que Lucas Magalhães iria a júri popular em maio. Na época, a defesa informou que recorreria da decisão, alegando que não havia dolo eventual.

Com a data do julgamento se aproximando, a Justiça do Pará concedeu habeas corpus a Lucas Magalhães, que estava preso acusado de envolvimento na morte da influencer paraense Yasmin Macêdo. Segundo o TJPA a decisão observa a “consonância com a manifestação do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), após destacar referenciais de adequação e proporcionalidade”, onde ficou decidido pela revogação da prisão preventiva do réu e “aplicar medidas cautelares diversas da prisão, para que o acusado possa responder ao crime em liberdade até o dia do seu julgamento”.

Até o momento, não há confirmação de data para o julgamento ocorrer.

Arquivamento de processos

Em janeiro, o processo contra outras quatro pessoas suspeitas de envolvimento no caso foi arquivado. Segundo a família de Yasmin, esses indivíduos faziam parte de um "pacto de silêncio" sobre a morte da influencer.

Caso Yasmin

Yasmin Fontes Cavaleiro de Macêdo era estudante de medicina veterinária e tinha 21 anos quando desapareceu durante um passeio no barco de Lucas Magalhães, no dia 12 de dezembro de 2021. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte. Na lancha, além de Yasmin e Lucas, havia outras pessoas.

Durante as investigações, a polícia considerou até 20 versões diferentes sobre como a morte ocorreu. Após prestar depoimento à Polícia Civil, Lucas relatou que conhecia Yasmin há seis meses por meio de eventos e locais que ambos frequentavam. Já a mãe de Yasmin afirmou à polícia que os dois mantinham um relacionamento amoroso, o que Lucas Magalhães nega.