Celebrado todos os anos em 25 de maio, o Dia Internacional da Tireoide visa conscientizar os muitos milhões de pacientes que apresentam doenças da tireoide, como hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças autoimunes, outras doenças raras e câncer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 750 milhões de pessoas em todo o mundo sofre de alguma patologia da tireoide. Dessas, aproximadamente 60% não sabem que têm problemas na glândula. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostram que o câncer da tireoide é o mais comum na região da cabeça e do pescoço, afetando três vezes mais as mulheres do que os homens
O endocrinologista Rubens Tofolo, que nesta quinta-feira, 25, Dia Internacional da Tireoide, assumirá o cargo de secretário-geral da Associação Brasileira de Apoio aos Portadores de Doenças da Tireoide e Paratireoide, explica que quando a tireoide não funciona adequadamente, pode liberar hormônios em excesso, provocando o hipertireoidismo ou em quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo.
“No hipertireoidismo o corpo começa a funcionar rápido demais: o coração dispara, o intestino solta, a pessoa fica agitada, fala demais, gesticula muito, dorme pouco, sentindo-se com muita energia, mas também muito cansada. Ao contrário, se a produção de hormônio é insuficiente, provoca o hipotireoidismo. O organismo começa a funcionar mais lentamente: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, sonolência, pele seca, ganho de peso, aumento nos níveis de colesterol no sangue e, ainda, depressão. No Brasil, atualmente, as doenças da tireoide atingem cerca de 15% das mulheres com mais de 45 anos. Tanto nos casos de hipo como nos de hipertireoidismo, pode ocorrer o aumento no volume da tireoide, chamado bócio, que pode ser detectado no exame físico. Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres”.
Outros transtornos da tireoide são o Bócio, popularmente conhecido como papo, Hipotireoidismo Congênito, problema hereditário que impede o crescimento e o desenvolvimento do recém-nascido, Tireoidites, câncer de tireoide, um tipo raro, que atinge 1% da população, e Doença de Graves, um conjunto de doenças inflamatórias que afetam a glândula tireoide.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número estimado é de 16.660 novos casos de câncer de tireoide por ano, no triênio de 2023 a 2025, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres. Ou seja, quase 6 vezes mais.
Iniciada pela Thyroid Federation International durante sua Assembleia Geral Anual em Leipzig, Alemanha, em 2007, a data oferece uma oportunidade para destacar os múltiplos fatores, genéticos, ambientais e outros, que contribuem para o desenvolvimento de doenças da tireoide.
Neste dia, associações e outros grupos ligados ao tema, em todo o mundo, organizam eventos para fornecer informações relevantes e atualizadas aos pacientes e à sociedade em geral para ajudá-los a reconhecer os sintomas, incentivá-los a fazer um monitoramento regular de seus níveis hormonais para poderem tomar decisões informadas sobre sua saúde.
A tireoide é uma glândula em forma de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão, popularmente, gogó, responsável pela produção de hormônios que agem no metabolismo.
Os hormônios produzidos pela tireoide – T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) – agem na função de órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional, garantindo o equilíbrio do organismo.