Com alta de 17,05% preço de aluguel dispara no Brasil

Dados divulgados pelo último Índice FipeZap mostram que os preços médios do aluguel no Brasil dispararam nos últimos meses. Em Fevereiro, o aumento foi de 1,61%, o oitavo avanço consecutivo. Já em 12 meses, a alta acumulada é de 17,05%. Especialistas explicam que o fenômeno reflete uma série de fatores, como:...

Publicado em 28 de março de 2023 às 11:48

Dados divulgados pelo último Índice FipeZap mostram que os preços médios do aluguel no Brasil dispararam nos últimos meses. Em Fevereiro, o aumento foi de 1,61%, o oitavo avanço consecutivo. Já em 12 meses, a alta acumulada é de 17,05%.

Especialistas explicam que o fenômeno reflete uma série de fatores, como: 'recomposição de preços' após negociações mais brandas durante a pandemia; variação dos indexadores de aluguel e maior demanda por imóveis bem localizados para locação, marcando a volta das pessoas para os centros empresariais.

Parte dos aumentos respondem por uma recomposição de preços por parte dos proprietários dos imóveis após a pandemia. Na fase inicial da pandemia, muitos proprietários permitiram a manutenção do aluguel nos contratos ou optaram por fazer ajustes com desconto.

'Justamente porque teve muita gente com a renda impactada durante a Covid-19, os proprietários fizeram um forte exercício de negociação para que a ocupação do imóvel fosse mantida naquele momento', afirma a diretora de risco e governança da Lello Imóveis, Moira Toledo.

Moira destaca que 'Então agora, que vivemos uma reabertura da economia e temos uma situação um pouco melhor, é natural que os locadores que ficaram todo esse tempo sem mexer nos preços ou com um reajuste abaixo da média de mercado queiram retomar os preços do aluguel', completa.

Outra explicação para o aumento dos aluguéis é a variação de alguns índices de preços, pois, durante a pandemia, parte das negociações também foi para trocar o tradicional Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M, também conhecido como 'inflação do aluguel') pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país) como indexador nos novos contratos. Nos momentos mais críticos da pandemia em 2021, por exemplo, o IGP-M chegou a acumular uma variação positiva de mais de 37%, pressionado pela alta dos preços das commodities e pelo avanço da inflação no atacado.

Por fim, outro fator que explica os avanços recentes nos preços do aluguel é a dinâmica natural de oferta e demanda.De acordo com especialistas, além de uma maior demanda, característica do início do ano — período em que muitos contratos vencem e há um aumento da procura por imóveis disponíveis para locação — há também um fluxo maior de pessoas em busca de imóveis próximos a grandes centros comerciais.

Moira cita que 'Quando estávamos com o trabalho remoto mais forte e o home office imperava, os espaços maiores e mais distantes dos centros das cidades foram mais procurados. Agora, essas pessoas começam a voltar para o trabalho presencial e a distância e o maior tempo de locomoção começam a incomodar', explica.

Com informações do G1