Justiça bloqueia R$ 101 milhões de site de apostas que promove 'Jogo do Aviãozinho'

Após a onda de ilegalidades envolvendo o ‘Jogo do Tigrinho’ no Brasil, um game ilegal que fez vítimas perderem dinheiro em todo país, o programa Fantástico, da TV Globo veiculou uma reportagem sobre o ‘Jogo do Aviãozinho’, que possui diversos pontos em comum: influenciadores que lucram, pessoas...

Publicado em 18 de dezembro de 2023 às 08:10

Após a onda de ilegalidades envolvendo o 'Jogo do Tigrinho' no Brasil, um game ilegal que fez vítimas perderem dinheiro em todo país, o programa Fantástico, da TV Globo veiculou uma reportagem sobre o 'Jogo do Aviãozinho', que possui diversos pontos em comum: influenciadores que lucram, pessoas com prejuízos financeiros e plataformas em plena expansão na internet. Uma única plataforma digital teve mais de R$ 100 milhões bloqueados pela Justiça e a polícia reuniu indícios de que apostadores não recebiam os prêmios.

O Crash, conhecido popularmente como 'Jogo do Aviãozinho', é um dos principais da plataforma Blaze e funciona da seguinte forma: assim que o avião começa a voar, o valor da premiação vai aumentando e o apostador tem que decidir a hora de parar o voo, mas se antes disso surgir a palavra Crashed, a aposta está perdida. O Crash, assim como outros oferecidos pela Blaze, é ilegal no Brasil e as punições para a prática podem atingir empresas, apostadores e quem faz a divulgação, como vários influenciadores em redes sociais como a atriz Mel Maia, a ex-BBB Viih Tube, o youtuber Jon Vlogs, a ex-Panicat Juju Salimeni, o ex-Fazenda Rico Melquíades, entre outros

A polícia de São Paulo começou a investigação sobre a Blaze depois que apostadores começaram a denunciar que prêmios mais altos não eram pagos pela plataforma, o que leva à suspeita de estelionato: 'Eu cheguei a ganhar muito dinheiro, mais de R$ 100 mil. Eu consegui sacar R$ 20 mil. O resto ficou tudo lá ficou lá. E era uma manipulação atrás da outra', conta uma das vítimas. Já outra conta que 'Teve um dia que eu vi que estava pagando bastante, eu falei: 'vou colocar um valor de R$ 2.800 na plataforma'. Eu tive um retorno de 98 mil. Quando eu fui tentar realizar o saque desses R$ 98 mil, eles colocaram que eu fraudei a plataforma e tiraram o dinheiro da minha conta', diz outra vítima.

Na mesma decisão que bloqueou R$ 101 milhões da Blaze, a Justiça determinou que o site fosse retirado do ar, mas a ordem judicial não surtiu efeito. Um dos endereços eletrônicos usados pela plataforma até parou de funcionar, mas outros vieram no lugar e a oferta de jogos online continuou normalmente. A questão é que a empresa não tem sede nem representantes legais aqui no Brasil, o que dificulta o trabalho da polícia de chegar aos responsáveis. Ainda segundo a polícia, relatórios financeiros que constam do inquérito indicam que parte do dinheiro arrecadado pela Blaze é destinada a três brasileiros. Eles seriam os donos ocultos da empresa.

Os advogados contratados pela empresa para tratar desse caso alegam que a empresa tem sede em Curaçao e que, então, a atividade dela não configura infração penal, mesmo que os apostadores sejam brasileiros; e que, em outro caso semelhante, o Ministério Público de SP pediu o arquivamento do inquérito e um juiz revogou a decisão de bloqueio do site.

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Com informações do Fantástico e G1