Lista: veja os cortes de carne que tiveram queda de preço no último mês

O preço da carne bovina está em queda e como consequência, todos os cortes ficaram mais baratos em agosto. O principal destaque é o filé-mignon, que ficou 15% mais barato em comparação com um ano antes, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado na última terça-feira, 12. Na sequência, os outros cortes...

Publicado em 15 de setembro de 2023 às 12:25

O preço da carne bovina está em queda e como consequência, todos os cortes ficaram mais baratos em agosto. O principal destaque é o filé-mignon, que ficou 15% mais barato em comparação com um ano antes, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado na última terça-feira, 12. Na sequência, os outros cortes que se destacaram na queda de preço foram peito, alcatra e capa de filé e acém.

O preço da carne é influenciado pelo preço que o boi é vendido no campo. Apenas neste ano, o preço da venda diminuiu cerca de 30%, na comparação entre os meses de janeiro e setembro. Esse declínio é motivado pela alta oferta de animais no pasto. No entanto, outros custos da cadeia de carne bovina impedem que o produto nos supermercados caia ainda mais. O que ainda interfere são fatores como: menos abates pelos frigoríficos devido à queda no consumo.

Outro ponto que contribui para esta realidade é que as redes varejistas estariam mantendo uma margem alta de lucro neste ano, segurando os preços, afirma o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias. Já a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) disse que é preciso considerar os custos de logística, de energia, na armazenagem, na exposição nas lojas, assim como a demanda da carne bovina no mercado internacional.

Por que o preço está caindo?O Brasil está em um período com uma grande oferta de bois devido ao aumento do abate de fêmeas, o que desvaloriza o preço no mercado. Esse movimento já era previsto, aponta o analista Iglesias. Esse processo faz parte do chamado 'ciclo pecuário', quando os produtores 'seguram' as vendas dos animais porque estão valorizados no mercado, o que vai elevando o preço da carne. Foi o que aconteceu, por exemplo, em 2022.

Com isso, as vacas continuam reproduzindo até que haja muitos bezerros no mercado. Então, os preços caem e volta a acontecer o abate das fêmeas, levando mais carne para as prateleiras, que é o momento atual, diz o analista. Outro ponto que aumenta a oferta de carne e barateia os custos no campo é o clima, que está ajudando a melhorar a qualidade do pasto, por causa do maior volume de chuvas, permitindo que haja menos gasto com rações, aponta Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro).

O gado que se alimenta de ração também está comendo bem, uma vez que houve queda no preço de grãos, como soja e milho, que recuaram 20% e 30% nos últimos 12 meses, respectivamente, segundo dados do Cepea. Ainda assim, devido aos custos de outros pontos da cadeia, essa economia não é repassada ao consumidor na mesma intensidade.

Por que o preço cai mais no campo e vez das cidades?Embora os pecuaristas estejam vendendo o boi a preços menores para os frigoríficos, há outros custos na cadeia que acontecem depois dessa etapa e que impedem que o consumidor pague menos pela carne, explica Serigati. Uma dessas etapas mais importantes é a escala de abate, aponta ele. Há menos gente comprando carne, com isso os frigoríficos compram menos animais, uma vez que não há tanta saída para o consumidor final, segurando a oferta nos supermercados. Há ainda o custo de logística, que está alto devido ao preço do combustível.

Com informações da Fundação Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Supermercados e G1