No início desta semana, um homem filmou o próprio filho, de 9 anos, dirigindo em alta velocidade na rodovia MS-450, no Mato Grosso do Sul na tarde do último domingo, 7. No vídeo, o pai chega a dizer que o menino é seu motorista particular e pede para ele ir mais devagar, pois está em uma rodovia a 140 km/h.
Na gravação, o pai também comemora o fato do filho estar conduzindo o veículo no dia de chuva e revela que havia ingerido bebida alcoólica, por isso entregou o carro para o garoto: “Partiu Campo Grande, estou com meu motorista particular. Pelo menos se pegar multa, o valor será menor. Andar a 140 km/h pra que rapaz, anda no limite da pista. Rodovia tranquila, hoje é domingo, meu motorista vai fazer 10 anos, agora já pode”, diz o homem. No entanto, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), apenas pessoas habilitadas podem dirigir, sendo que a idade mínima para isso é de 18 anos. As imagens tiveram grande repercussão e acabaram viralizando nas redes sociais.
Ao ser procurado e denunciado por internautas, o pai da criança disse que tudo não passou de uma brincadeira: “Meu filho não dirigiu nem 50 metros. Foi só para fazer uma brincadeira (…) Foi só para fazer um vídeo lá na estrada do Cachoeirão. Nem carro tinha”, disse o pai.
Penalidade e riscos ao volante
De acordo com o CTB, permitir ou entregar a direção de veículo automotor para uma pessoa não habilitada configura crime de trânsito cuja pena varia de seis meses a um ano de detenção ou multa.
O inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Tércio Baggio destaca que dirigir sem ser habilitado é infração gravíssima, passível de multa de R$ 880,41 e retenção do veículo. Ele diz que, nas imagens, há duas infrações de trânsito: “Estamos atentos a essa situação, o pai ainda não foi identificado. Durante a gravação houve penalidade dupla, a primeira de entregar o veículo para uma pessoa não habilitada e a segunda seria do menor que pegou o veículo sem habilitação”, disse.
Baggio também afirma que pela maneira que o menor conduziu o veículo essa pode não ter sido a primeira vez que ele dirigiu. Ele diz que, no caso de crianças ou adolescentes flagrados nessa situação, eles estão sujeitos ao cumprimento de medidas socioeducativas, assim como os pais ou responsáveis: “Pela maneira que a criança conduz o veículo, essa não foi a primeira vez que ele dirigiu. Existe o mau exemplo de divulgar isso em uma rede social, o que pode influenciar outras pessoas”, disse.
Com informações do G1