A personagem do bairro de Higienópolis, em São Paulo, que ficou famosa depois de ter sua história revelada pela imprensa, voltou a aparecer à janela da mansão em ruínas que habita, para uma conversa com vizinhos e passantes. Margarida Bonetti, alvo de inquérito por trabalho escravo aberto pela Justiça americana, declara que pretende restaurar o casarão da Rua Piauí. O local chegou a se tornar ponto de visitação pública e a contar com plantão de viatura policial.
Para a obra de restauração, a idosa afirma que vai tentar uma “vaquinha digital”, modalidade que tem feito sucesso na arrecadação de recursos por meio de doações para as mais diversas causas. Dona Margarida, como ficou conhecida após o período de exposição pública, também declara que gostaria de fazer da mansão um museu. “Amo livros! Adoro ler”, afirmou, da janela entreaberta de um cômodo às escuras, no andar superior, de onde apareceu novamente com o rosto coberto por uma espécie de pomada branca.
“Não, não! Não vou vender a casa de jeito nenhum!”, Voltou a sustentar, ante o interesse dos interlocutores, um grupo de duas mulheres e um rapaz que lhe declaravam apoio e se diziam moradores do bairro. Dona Margarida, no entanto, se interessou em conhecer um suposto vizinho que teria cogitado investir ou mesmo comprar o imóvel, cujo valor é estimado em R$ 7 milhões.
A região retomou a rotina, à medida que o caso que ficou conhecido como “a mulher da casa abandonada” saiu do noticiário. A polícia já não está presente no endereço e Dona Margarida voltou ao isolamento que, segundo a versão de sua defesa, é sua escolha pessoal. A mansão chegou a ser alvo de batida da polícia, após decisão judicial embasada na suspeita de abandono de incapaz. O caso segue em apuração pelas autoridades.
Com informações do R7