Nos anos de 2020 a 2021 o número de empresas e outras organizações formais ativas no Brasil aumentou de 5,8% (314,5 mil unidades), para 5,7 milhões. Essas empresas tinham à época 47,6 milhões de pessoas ocupadas assalariadas. Já em relação ao pessoal assalariado, trata-se de um crescimento de 4,9% na comparação com 2020, representando 2,2 milhões de postos de trabalho a mais.
O total de pessoas ocupadas também cresceu. Foram 4,9% a mais, representando 2,6 milhões de pessoas, enquanto os sócios e proprietários aumentaram 5,1% (372 mil pessoas). Os dados são do Cempre (Cadastro Central de Empresas), divulgado na 4ª feira (21.jun.2023) pelo IBGE. Podem ser acessados pelo Sidra (Sistema IBGE de Recuperação Automática).
“Em 2021 o número de empresas cresceu num ritmo mais acelerado, quando comparado a 2020, ano marcado por forte impacto da pandemia nos negócios. Em relação à 2019, o crescimento acumulado foi de 9,7%, atingindo o patamar de 5,7 milhões”, analisa o técnico da pesquisa, Eliseu Oliveira.
As atividades que mais contribuíram para a alta de 2,2 milhões de assalariados foram comércio, em especial o setor de reparação de veículos automotores e motocicletas com (428,5 mil), indústrias de transformação (386,9 mil), administração pública, defesa e seguridade social (260,4 mil) e atividades administrativas e serviços complementares (202,8 mil). Por outro lado, a maior queda foi observada em outras atividades de serviços (-34,3 mil).
Houve aumento do pessoal ocupado assalariado em 18 das 20 atividades econômicas analisadas pela pesquisa. As maiores altas vieram de atividades imobiliárias (13,7%), atividades profissionais, científicas e técnicas (12,2%) e informação e comunicação (12,0%). As únicas quedas em número de assalariados foram em organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (-0,1%) e outras atividades de serviços (-4,7%).
Quando se analisa a natureza jurídica das empresas, as entidades empresariais se destacaram por representarem 91,4% do total. Além disso, tiveram 75,5% do pessoal ocupado total, 72,1% do pessoal ocupado assalariado e 62,1% dos salários e outras remunerações.
Embora tenham apenas 0,4% de participação no total de empresas e outras organizações, os órgãos da administração pública absorveram 18,2% do pessoal ocupado total, 21,2% do pessoal ocupado assalariado e pagaram 31,4% dos salários e outras remunerações.
Representando 8,2% do total de organizações, as entidades sem fins lucrativos obtiveram as menores taxas de participação nas variáveis analisadas pela pesquisa, com 6,3% do pessoal ocupado total, 6,7% do pessoal ocupado assalariado e 6,4% dos salários e outras remunerações.
De 2020 para 2021, o número de empresas e outras organizações das entidades empresariais cresceu 6,4%, enquanto nos órgãos da administração pública a alta foi de 0,5%. Já nas entidades sem fins lucrativos a queda foi de 0,8%. O pessoal total e assalariado cresceu nos 3 grupos de empresas. Mas os salários e outras remunerações só cresceram nas entidades empresariais (4,2%).
No aspecto salarial, mesmo sendo maioria, as entidades empresariais pagaram os salários médios mais baixos (R$ 2.823,79), ao mesmo tempo que os órgãos da administração pública apresentaram queda de 6,2%, assim como as entidades sem fins lucrativos (-1,6%).
Já os salários mais baixos foram de alojamento e alimentação (R$ 1.599,56), atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.956,69) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (R$ 2.171,00) que, respectivamente, estão 51%, 40,1% e 33,5% abaixo da média.
Os salários das mulheres caíram 1,8%, de R$ 3.049,99 para R$ 2.995,07, enquanto os dos homens recuaram 3,1%, de R$ 3.595,09 para R$ 3.484,24. Já o salário médio mensal do pessoal ocupado assalariado sem nível superior diminuiu 1,4%, passando de R$ 2.269,00 para R$ 2.238,25, e o do pessoal assalariado com nível superior reduziu 4,0%, caindo de R$ 6.891,96 para R$ 6.613,47.
Os maiores salários foram do Distrito Federal (média de 5,1 salários mínimos) e Amapá, (3,5 salários mínimos). Rio de Janeiro e São Paulo vem a seguir, com média salarial de 3,4 salários mínimos. As médias mais baixas foram em Alagoas e Paraíba (2,2 salários mínimos, ambos).
O Cempre (Cadastro Central de Empresas) traz estatísticas do universo das empresas e outras organizações formais e suas unidades locais, segundo atividade econômica, natureza jurídica, porte e distribuição geográfica, com destaque para a participação do pessoal ocupado assalariado por sexo e nível de escolaridade. Os dados da pesquisa podem ser acessados pelo Sidra.
Com informações da Agência IBGE e Poder 360