Em São Paulo, um aeroporto privado inaugurado em dezembro de 2019 é porta de entrada para que empresários, artistas e outros usuários da aviação executiva cheguem e saiam do Brasil bordo de seus aviões próprios. Embora tenha começado com dois hangares, o Aeroporto Catartina já está construindo seu 12º galpão e já possui uma pista de pouso de 2.470 metros, maior que a de aeroportos como Congonhas e Campo de Marte.
Thiago Alonso CEO da JHSF, empresa que administra o Catarina, conta que “Ainda estamos passando da metade do tamanho que o aeroporto deve ter quando ficar mais maduro”, diz. Atualmente, a capacidade de operação pode chegar a 200 mil voos por ano, mas já recebe o equivalente a 800 por mês, sendo 15% voos internacionais. O local busca oferecer todos os serviços que um dono de avião precisa, como combustível, manutenção e hangares para estacionamento.
No entanto, Alonso destaca que o principal atrativo é a rapidez: o aeroporto foi pensado para que os viajantes consigam entrar e sair facilmente, sem perder tempo em filas ou burocracias. Em vez de ter de ir ao aeroporto uma ou duas horas antes do voo, pode-se chegar minutos antes da decolagem: “O usuário da aviação executiva quer muita agilidade para chegar no aeroporto e decolar, e para pousar, sair do avião e entrar no carro ou helicóptero e ir para casa”, diz. Outro diferencial é a discrição, pois os funcionários são orientados a não fazer fotos dos frequentadores e de seus aviões, alguns deles reconhecíveis por terem pinturas externas um tanto chamativas.
Entre as presenças ilustres que passam por lá estão o apresentador Silvio Santos, o empresário Luciano Hang e o cantor Roberto Carlos. Em 2022, o bilionário Elon Musk pousou seu jato ali quando veio ao Brasil. Segundo o site Aeroin, o bilionário voou em um Gulfstream G650ER, avaliado em US$ 66 milhões.
Nos hangares, ficam aeronaves de vários tamanhos, à espera dos donos. Se o cliente quiser, pode alugar espaços extras dos galpões para montar espaços como suítes e escritórios ali.
Além do serviço único, os funcionários são treinados para receber bem não só os viajantes e seus animais de estimação, que podem ganhar um biscoito ou mimo antes do embarque. Alonso explica que uma das razões para o aumento do uso de jatinhos nos últimos anos é o maior compartilhamento das aeronaves: em vez de ter apenas um dono, um pequeno grupo se une para comprar e manter um avião, com cada sócio tendo direito a voar determinada quantidade de horas. Assim, os custos de manutenção acabam diluídos: “Estes sistemas funcionam desde que se tenha um respeito por não exagerar a quantidade de pessoas, sob pena de comprometer a disponibilidade do avião”, aconselha o CEO do aeroporto.
Para atrair mais voos, o Catarina pretende oferecer combustível a preço mais competitivo do que outros aeroportos na região da Grande São Paulo. O querosene de aviação é um dos principais gastos para voar.