Semanas antes de Luiz Inácio Lula da Silva deixar a prisão em Curitiba, em novembro de 2019, a socióloga Rosângela Silva, 56 anos, já fazia planos para quando o petista recuperasse a liberdade. Na vigília montada ao lado da Superintendência da Polícia Federal, Janja, como é conhecida, brincava com as amigas militantes que a festa de casamento com o agora presidente eleito teria que acontecer no “Itaquerão”, o estádio do Corinthians, time do coração de Lula, em São Paulo.
A ideia de fazer uma celebração, reunindo as principais estrelas, resume o gosto da futura primeira-dama do país pelo holofote. A socióloga será uma primeira-dama que detesta este título. Feminista, costuma dizer que rejeita a denominação dada à mulher do presidente da República por entender que o termo “dama” remete a “recatada e do lar”, e não a uma “mulher de luta”, como ela se define. Em um ato eleitoral no Rio, ela adiantou como quer ser chamada: primeira-companheira.
Durante a campanha, Janja deu outros sinais de que não aceita papel de coadjuvante ao assumir, por iniciativa própria, tarefas relevantes: participou das definições de estratégias com o núcleo duro petista, fez escolhas de agenda para Lula e tomou a frente de ações nas redes sociais. Ganhou até mesmo uma sala reservada no escritório político do Pacaembu, na Zona Oeste da capital paulista, e uma assessora para cuidar das suas atividades.