O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, se opôs às críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira, 21, sobre a declaração em que afirmou que o Brasil é grato à África pelo que foi produzido na escravidão. Para Almeida, Lula reconheceu as contribuições do povo africano no desenvolvimento do país e pregou reparação. O argumento foi dado em uma entrevista ao jornal Estadão.
“O que o presidente Lula disse foi: ‘o Brasil tem uma dívida com África e ela tem que ser paga’. E por isso, o presidente tem insistido –e já falei com ele sobre isso– é que a agenda de direitos humanos com a África envolve o chamado direito ao desenvolvimento”
Relembre o caso
Na última quarta-feira, 19, durante passagem por Cabo Verde, Lula afirmou que o Brasil tem “profunda gratidão” pelo que foi produzido por escravizados no país durante mais de três séculos.
“Nós brasileiros somos formados pelo povo africano. A nossa cultura, a nossa cor, o nosso tamanho, é resultado da miscigenação de índios, negros e europeus. Temos profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país”
Críticas
Damares afirmou ainda que a declaração de Lula a “causou dores profundas”, uma vez que, segundo a congressista, só quem é descendente de escravizados, como ela, sabe como a fala foi “indevida e inoportuna”.