Publicado em 6 de junho de 2024 às 09:09
A chegada da internet à tribo indígena dos marubos, no Vale do Javari, Amazonas, trouxe desafios inesperados. Com a instalação do serviço Starlink, da empresa de Elon Musk, em 2022, os marubos ganharam acesso à rede mundial, mas isso resultou em um vício em pornografia e redes sociais, afetando suas atividades tradicionais.
Os marubos, com aproximadamente dois mil membros, vivem da caça, pesca e agricultura. A vida na região remota do rio Ituí havia mantido suas tradições intactas por centenas de anos, com comunicação limitada e acesso precário à internet. A introdução do sinal de internet pela Starlink mudou drasticamente essa realidade.
Desde abril deste ano, a tribo começou a utilizar a internet para emergências e comunicação com amigos e familiares. No entanto, o fácil acesso a conteúdos pornográficos gerou comportamentos sexuais preocupantes entre os jovens. Alfredo Marubo revelou ao New York Times que essa exposição causou problemas graves.
Enoque Marubo, uma das lideranças, destacou a mudança negativa na rotina da tribo: 'Mudou tanto a rotina que foi prejudicial. Na aldeia, se você não caça, pesca e planta, você não come.' TamaSay Marubo, outra liderança, afirmou que a internet afetou principalmente os jovens: 'Os jovens ficaram preguiçosos. Estão aprendendo os costumes dos brancos.'
Além do vício em pornografia, os marubos relatam que muitos membros agora passam a maior parte do dia nas redes sociais, especialmente no Instagram.
Apesar dos desafios, os marubos não querem perder o acesso à internet. 'Acho que a internet nos trará muito mais benefícios do que danos', disse Enoque. TamaSay completou: 'Por favor, não tire nossa internet.'
Com informações de ND+