Emater define ações para desmatamento zero na Amazônia paraense

Ação tem parcerias do governo federal e do governo alemão e visam preparar o Pará para sediar a Cop-30 que acontece em 2025, em Belém

Publicado em 3 de julho de 2024 às 13:16

Reunião aconteceu nesta terça-feira, 2.
Reunião aconteceu nesta terça-feira, 2. Crédito: Foto: divulgação

No contexto da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), a se realizar na capital Belém em 2025,  nesta terça-feira (2), na sede-matriz da Emater, em Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB), a Diretoria Executiva (Direx) reuniu-se com representantes do governo federal e especialistas consultores e auditores para as primeiras tratativas quanto à implementação estadual do projeto Inovação nas Cadeias Produtivas da Agropecuária para Conservação Florestal na Amazônia Legal, cujas metas compreendem desmatamento zero ou redução máxima de desmatamento.

Com um aporte geral de 25 milhões e meio de euros do governo alemão, o foco inicial do Mapa é transformar a realidade de práticas predatórias na pecuária em cinco estados da região amazônica: além do Pará, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. Em um momento posterior, serão abordadas, também, as tradições com extrativismo de madeira e plantio de soja.

O objetivo é alinhar conjuntura nacional e internacional para adaptar ecologicamente a produção e a produtividade, ao mesmo tempo garantindo lucro, preservação e difusão tecnológica. Algumas das propostas são rastreabilidade das cadeias produtivas e abertura de novos mercados.

Para a diretora do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas (Deflo) do Mapa, Lizane Ferreira, doutora em ciências agrárias, o desmatamento zero é possível. "Pensamos em um resultado de melhoria de qualidade de vida para o agricultor, agregação de valor aos produtos, recuperação de áreas degradadas. É um conjunto de iniciativas e de ferramentas para apps [áreas de preservação permanente], safs [sistemas agroflorestais], grãos. Desmatamento zero é possível, desde que as políticas públicas sejam convergentes, como identificamos aqui no Pará”, diz.

Em caráter preliminar, a Emater considera fortalecer ações contínuas dentro de programas já correntes em nível de Governo do Estado, como a emissão de cadastros ambientais rurais (cars), o apoio à regularização fundiária e o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), pelo qual a Emater atende mil famílias em sete municípios: Água Azul do Norte, Canaã dos Carajás, Novo Repartimento, Ourilândia do Norte, Parauapebas, São Félix do Xingu e Tucumã.

“O propósito desta parceria é fomentar a modernização dos processos de produção, com vista à preservação das florestas na Amazônia e em específico no estado do Pará”, resume o presidente da Emater, Joniel Abreu.

De acordo com o gestor, o plano inclui suporte a serviços inovadores que valorizam os produtos das cadeias sustentáveis, pelo incentivo progressivo às correções da situação socioambiental da região amazônica.

“É fundamental promover o acesso a tecnologias com equilíbrio ambiental, proporcionando ao agricultor ganhos financeiros que melhorem sua qualidade de vida”, afirma.

Projeto

O projeto Inovação é uma cooperação entre o governo do Brasil, por meio do Mapa, e o governo da Alemanha, por meio do Ministério da Cooperação Econômica para Desenvolvimento Sustentável (BMZ). O processo tem como agente financeiro o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e como agência financiadora o Banco de Desenvolvimento Alemão (KFW).

Com informações da Ag. Pará