Ibama notifica pet shop de Porto Alegre por abandono de animais que vieram a óbito nas enchentes

Em ação de fiscalização conjunta com a Polícia Civil e com a Brigada Militar Ambiental do Rio Grande do Sul, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) notificou o Cobasi, rede de pet shop que possui uma loja localizada em Porto Alegre, a fornecer esclarecimentos sobre denúncia de maus-tratos por...

Publicado em 24 de maio de 2024 às 17:30

Em ação de fiscalização conjunta com a Polícia Civil e com a Brigada Militar Ambiental do Rio Grande do Sul, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) notificou o Cobasi, rede de pet shop que possui uma loja localizada em Porto Alegre, a fornecer esclarecimentos sobre denúncia de maus-tratos por abandono de animais que eram vendidos na loja, os quais teriam sido praticados durante as enchentes que assolam a cidade neste mês de maio. Todos os animais vieram a obito.

O estabelecimento vende animais domésticos e produtos para pets em shopping na região central da capital gaúcha. Durante a primeira vistoria, realizada pelos agentes na última segunda-feira,20, foi constatado que a água das chuvas havia coberto todo o subsolo do estabelecimento. O mezanino, por outro lado, não havia sido afetado. Na ocasião, gerentes da loja informaram aos agentes que os animais estavam no subsolo, o que não foi possível confirmar naquele momento devido ao nível da água. Foi constatado, ainda, que os funcionários do local tiveram tempo para proteger equipamentos eletrônicos como computadores, levando-os para o mezanino.

No dia seguinte, os agentes retornaram ao local com a Brigada Militar. Contudo, com nível da água ainda elevado no interior da loja, novamente não foi possível acessar e vistoriar o subsolo. A fim de evitar adulteração de provas, o Ibama lacrou o acesso ao estabelecimento.

Na terceira vistoria, realizada nesta quinta-feira, 23, com apoio da Polícia Civil e da Brigada Militar, foi possível acessar pela primeira vez o subsolo da loja. Foram identificados restos de 38 animais, muitos deles presos em gaiolas, incluindo pássaros, roedores e peixes, em grau avançado de decomposição. As mortes tiveram como causa afogamento em águas contaminadas vindas de transbordamentos dos esgotos da cidade.

Pelo Ibama, participaram das vistorias quatro agentes ambientais, um médico veterinário e um biólogo. 'Desde o início da emergência climática o Ibama assumiu o compromisso de salvar vidas e proteger os animais', declarou Diara Maria Sartori, superintendente substituta do Ibama no Rio Grande do Sul.O Ibama integra o Comando Operacional Integrado do Taquari II, que desempenha a coordenação civil-militar com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, para o apoio às vítimas das enchentes no RS, e integra também o Sistema Federal. Até o momento, 50 servidores do Instituto atuam na força-tarefa no estado gaúcho.

O Instituto aguarda até esta sexta-feira,24, as informações solicitadas na notificação aplicada à empresa responsável pelo pet shop para produzir o laudo que resultará em autuações ambientais. Os responsáveis responderão a processo administrativo de apuração de infração ambiental.

Com informações do Ibama