Cerca de 21 mil ligações elétricas serão realizadas, ainda em 2023, pela Equatorial Pará, o que proporcionará energia limpa às casas que viviam sem eletricidade.
Um programa de universalização de energia com fonte renovável, em funcionamento desde o ano de 2017, do Governo Federal, em parceria com a Equatorial Pará, beneficiou, até o final de 2022, cerca de 15 mil famílias em comunidades isoladas do estado e pretende, até o final do ano de 2023, beneficiar mais 21 mil. O investimento para as ligações de energia solar é de 1 bilhão de reais.
O primeiro projeto, em caráter piloto do programa iniciou em 2017, na reserva extrativista Verde Para Sempre, na cidade de Porto de Moz, onde foram realizadas 2.334 ligações. Após esse primeiro momento, a escala do projeto aumentou anualmente e, neste ano de 2023, já está contratado ou em execução 21 mil ligações. A meta de universalização de clientes em regiões remotas da Equatorial Pará é de aproximadamente 154 mil ligações elétricas a serem concluídas até 2030, com fonte renovável no estado, o que corresponderá a aproximadamente 600 mil pessoas beneficiadas.
De acordo com Giorgiana Freitas Pinheiro, gerente de Geração da Equatorial Pará, o programa de universalização busca alcançar áreas remotas que nunca tiveram acesso à luz elétrica. Até o final do primeiro semestre de 2023, a iniciativa estará concentrada nos munícipios de Bagre, Oeiras do Pará e Curralinho e no segundo semestre de 2023 nos munícipios de Juruti, Óbidos, Oriximiná e Breves. “O foco do projeto é atingir moradores de comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas, assentamentos rurais, residentes em unidades de conservação, escolas e postos de saúde, por exemplo”, explica Giorgiana.
Ainda segundo a gerente, o tipo de atendimento que é feito no programa é via geração isolada a partir da energia solar fotovoltaica, que é renovável. Este tipo de energia é utilizado pelo fato de que as comunidades atendidas pelo programa têm algum tipo de impedimento físico, técnico ou ambiental para a chegada da rede de energia elétrica.
O sistema instalado é composto por uma estrutura metálica, com placas fotovoltaicas e uma bateria que armazena a energia. O faturamento pode ser feito até trimestralmente, sendo a disponibilidade energética de 60 kWh/mês para as residências, o que dá em torno de R$52 reais por mês, quando a família também já está cadastrada no programa da Tarifa Social a conta é de aproximadamente R$22 por mês.
Para estes casos a distribuidora considera para a elaboração do planejamento dos programas de obras as demandas formalizadas por algum órgão que represente a sociedade e/ou comunidades, como por exemplo o Ministério Público, ICMBIO, Câmara de vereadores, etc, além dos pedidos feitos pelos clientes pelos canais de atendimento. A Equatorial também realiza levantamentos através de imagens satélite para fins de planejamento, que consegue visualizar e identificar comunidades isoladas.
Mudança na qualidade de vida


Com a chegada da luz elétrica, as famílias passam a ter mais qualidade de vida e bem-estar. Podem, por exemplo, ter uma geladeira para armazenar alimentos e tomar água gelada, ter acesso à Tv e tecnologias que antes não possuíam. São regiões com o Índice de Desenvolvimento Humano baixo e que com a chegada da energia, há aumento da perspectiva de qualidade de vida.
Além de levar energia, a fornecedora tem se preocupado em levar capacitação profissional às famílias atendidas, com recursos próprios, visando potencializar a geração de renda nas comunidades eletrificadas. Entre os cursos já ofertados estão o de confecção de biojoias e design de sobrancelhas, além da oficina de empreendedorismo. Em 2022, por exemplo, essas atividades contaram com a participação de cerca de 580 pessoas, e tiveram como público alvo as mulheres.
Para este ano, a intenção da distribuidora de energia é também fazer cursos de informática e alfabetização de adultos, para que as pessoas obtenham a conclusão do segundo grau e possam ser absorvidas como funcionárias na execução da obra, nas áreas de operação e manutenção.
“Junto com a eletrificação, buscamos realizar essas ações que impactam diretamente na realidade das famílias. Quando as pessoas se profissionalizam com os cursos, podem passar a ter uma nova fonte de renda. Além da distribuição de energia, o projeto tem esse pilar social que é capaz de mudar a vida das comunidades”, finaliza Giorgiana.