MPT resgata 14 pessoas em situação análoga à escravidão no Rock in Rio

Muitas vítimas teriam trabalhado jornadas dobradas por vários dias consecutivos, buscando aumentar seus rendimentos, o que se tornou um dos indícios que motivaram as investigações.

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 21:11

Os empregados foram contratados por uma empresa terceirizada.
Os empregados foram contratados por uma empresa terceirizada. Crédito: Reprodução

Uma operação realizada por uma força-tarefa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resultou no resgate de 14 trabalhadores em situação análoga à escravidão durante o Rock in Rio 2024. Os empregados foram contratados por uma empresa terceirizada e estavam desempenhando funções operacionais para a organização do evento.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a operação teve início em 22 de setembro e visava verificar o cumprimento das obrigações trabalhistas. Durante a fiscalização, foi revelado que os trabalhadores haviam sido contratados com a promessa de receber diárias entre R$ 90 e R$ 150, variando conforme as horas trabalhadas. No entanto, esses valores não foram pagos de forma integral.

Muitas vítimas teriam trabalhado jornadas dobradas por vários dias consecutivos, buscando aumentar seus rendimentos, o que se tornou um dos indícios que motivaram as investigações. Um dos pontos críticos foi o fato de que os trabalhadores da empresa terceirizada, contratada pela organizadora do evento, estavam pernoitando no escritório da empresa, que ficava dentro do festival, na Arena de Tênis do Parque Olímpico.

Em 22 de agosto, 14 funcionários foram encontrados dormindo no local, em condições precárias. “Eles estavam deitados sobre papelões, sacos plásticos e lonas, alguns utilizando cobertores, o que indicava um planejamento prévio para passar a noite ali”, afirma um trecho da nota do MTE.

Algumas das trabalhadoras resgatadas também relataram que não havia chuveiros no local e, por isso, faziam banhos improvisados com canequinha no banheiro feminino do escritório. Para garantir privacidade e evitar a entrada de homens, elas removiam a maçaneta da porta.

Fonte: Metrópoles