Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 18:24
O acervo cultural e histórico produzido pela Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), em mais de 30 anos de atividade, pode ser declarado patrimônio cultural e imaterial do estado. O projeto de lei com esse objetivo foi protocolado pela deputada estadual Lívia Duarte (PSOL), nesta quarta-feira, 18 de dezembro, na Assembleia Legislativa do Pará.
Criada em 1987 para ser um veículo de difusão e valorização da cultura amazônica, a TV Cultura do Pará especializou-se na produção de documentários, além de promover programas jornalísticos diários, educacionais e de variedades, destacando-se como a emissora que mais produz conteúdo em toda a região amazônica. O acervo é fonte de pesquisa para elaboração de trabalhos acadêmicos de conclusão de cursos de graduação e pós-graduação em mestrados e doutorado, assim como fonte de informação para produção de audiovisual na região.
O arquivo da Funtelpa possui entrevistas com figuras icônicas da cultura paraense, como Walter Bandeira, Ruy Barata, David Miguel, Waldemar Henrique no programa Sem Censura Pará, além de entrevistas com diversos governadores eleitos. A TV Cultura do Pará foi a primeira emissora do norte do Brasil a falar de questões ecológicas, enviando uma equipe para cobrir a Eco 92, no Rio; produzindo videoclipes de artistas locais com pioneirismo; apresentando a pluralidade de ritmos regionais por meio do Festival Terruá Pará, realizado em São Paulo, em 2006 e 2012, com artistas como Dona Onete, Mestre Vieira, Gang do Eletro, Gaby Amarantos, Nilson Chaves e outros; além da transmissão oficial do Campeonato Paraense de Futebol (Parazão) pela rádio e TV, a partir de 2007.
“As emissoras Cultura, mantidas pela Funtelpa, têm sua existência fundada na valorização de bens de natureza imaterial, como previsto pela Unesco, na medida em que permitem a expressão de manifestações culturais dinâmicas e processuais, como expressão da identidade cultural e social; dão visibilidade a saberes, ofícios, modos de fazer, celebrações, formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; fomentam e valorizam o conjunto de práticas, conhecimentos, expressões, representações e técnicas que são consideradas parte integrante do patrimônio cultural do povo paraense”, destaca a deputada na justificativa do projeto.
A autora do projeto completa que as atividades da Funtelpa propiciam “a manutenção da memória na medida em que promovem registro e, portanto, a conservação de um patrimônio imaterial representado por culturas de tradição oral, transmitido de geração em geração e recriado constantemente, sendo um elemento fundamental para a identidade e continuidade de um povo”.