Bispo emérito do Marajó, Dom Azcona, morre aos 84 anos, em Belém

Dom Azcona fazia um tratamento contra um câncer no pâncreas, desde julho de 2024, e desde então estava internado.

Publicado em 20 de novembro de 2024 às 12:39

O bispo emérito do Marajó, Dom José Luís Azcona Hermoso.
O bispo emérito do Marajó, Dom José Luís Azcona Hermoso. Crédito: Reprodução

Nesta quarta-feira, 20, morreu o bispo emérito do Marajó, Dom José Luís Azcona Hermoso, vítima de um câncer no pâncreas diagnosticado em julho deste ano. Ele estava internado no Hospital Porto Dias, localizado em Belém, capital paraense, e seu falecimento foi confirmado pelo Bispo da Prelazia do Marajó, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira.

“Com imenso pesar, a Prelazia do Marajó comunica o falecimento de seu Bispo Emérito, Dom José Luís Azcona Hermoso, ocorrido na manhã desta quarta-feira, 20 de novembro de 2024. Dom Azcona tinha aos 84 anos de idade e estava internado em cuidados paliativos no Hospital Porto Dias, em Belém”, informou.

“Nesse momento, nossa Prelazia do Marajó enlutada louva a Deus pela vida e ministério de um de nosso bispo emérito e pede ao Senhor Bom Pastor, que o acolha em sua misericórdia e lhe conceda o descanso eterno. As informações sobre as exéquias e quando chagará em Soure serão divulgadas posteriormente”, completou.

Dom Azcona fazia um tratamento contra um câncer no pâncreas, desde julho de 2024, e desde então estava internado. Após cirurgia, apresentou evolução, mas há cerca de 30 dias a condição de saúde do religioso se agravou. No início de novembro, os médicos concluíram que não havia mais opção de tratamento para eliminar a doença, diante da gravidade do quadro clínico, o que impedia uma nova cirurgia. Os médicos recomendaram a transição para o tratamento paliativo, “com foco na melhoria da qualidade de vida do paciente e no manejo dos sintomas”. A decisão foi consensual entre a equipe médica e os responsáveis por Dom Azcona, “respeitando a vontade do paciente”.

História de Dom Azcona com o Marajó

À serviço da igreja marajoara e na luta em defesas dos menos favorecidos, Dom Azcona deixou um legado de quem amou o marajó até o fim, chegando a ser ameaçado de morte, por denunciar casos de violência sexual praticados contra crianças e adolescentes e tráfico humano no maior arquipélago flúviomarítimo do estado. Em Roma diante de mil sacerdotes em um retiro espiritual em São João de Latrão, Dom Azcona declarou:

“E, na verdade, para mim, hoje, e desde que Deus me deu esta convicção da possibilidade de poder morrer pelo Evangelho e pelos irmãos sinto que esta seria a melhor, mais alegre e plenificante saída deste mundo para minha vida humana, religiosa e episcopal”.

Vocação religiosa

Dom Luiz Azcona nasceu no dia 28 de março de 1940, na cidade de Pamplona, na Espanha. Filho de Martin Azcona e Esperança Hermoso, manifestou, ainda muito cedo, a vocação religiosa, ingressando, com apenas 10 anos, no seminário da cidade de São Sebastião, localizada na Espanha. Lá cursou o ensino médio e mais tarde se formou em Filosofia.

Na cidade de Granada, também na Espanha, estudou Teologia e foi ordenado sacerdote em 21 de dezembro de 1963, em Roma, Itália. Em 1965, concluiu o doutorado em Teologia Moral, na Universidade Lateranense de Roma, no Instituto de Teologia Moral dos Redentoristas (Alfonsiano).

O religioso foi, também, capelão de imigrantes espanhóis na Alemanha (1966-1970), professor de Teologia Moral e Espiritualidade, em Monachil, Granada (1971-1975), prior provincial da Província de Santo Tomás de Vila Nova (1975-1981), vice-mestre dos noviços no Deserto da Candelária, Colômbia (1982), mestre de noviços em Los Negrales, Madrid (1983), além de experiência de vida contemplativa em Úrcal, Almeria-Espanha (1984), para, finalmente, em 1985 vir à missão religioso-catequista no Arquipélago do Marajó, no Brasil.

Em 25 de fevereiro de 1987, foi nomeado bispo pelo papa João Paulo II da prelazia do Marajó. Sua ordenação episcopal foi dia 5 de abril do mesmo ano. Em 20146 tornou-se bispo emérito da Prelazia.

Com informações do Portal Notícias Marajó