Queimadas fazem preço do açaí disparar em Belém; confira os valores

Produto teve aumento de 6% no mês de novembro. Mais de 15 mil batedores de açaí estão passando por dificuldades, segundo os especialistas.

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 12:19

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Foto reprodução Crédito: Agência Pará

As queimadas que estão atingindo as florestas paraenses, tem feito o preço do açaí disparar na grande Belém. Conforme uma pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese), o reajuste no valor do produto foi de 6%, no mês de novembro. Nas feiras, o litro do médio ou popular, pode ser encontrado custando entre R$ 22 e R$ 26 reais. Já nos supermercados varia de R$ 28 a R$ 30 reais. 

Diferente dos anos anteriores, o período de entressafra do produto começou mais cedo por conta dos fatores climáticos. Segundo Everson Costa, diretor do Dieese, a queda no valor do açaí durava em média oito meses, aproximadamente, mas neste ano foi apenas de seis. "O Pará está experimentando uma queimada muito forte. Muitas plantações estão sendo prejudicadas e esse fator tem afetando a colheita, a qualidade e a quantidade do fruto coletado, ou seja, está sendo produzido um caroço seco e em quantidade insuficiente para os compradores. O Estado tem mais de 15 mil batedores de açaí, todos estão passando por dificuldades", explica o economista. 

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Foto reprodução Crédito: Agência Pará

Everson alertou ainda que os paraenses assalariados estão sendo mais afetados, pois o reajuste vai comprometer boa parte da renda. A pesquisa mostrou ainda que os valores podem variar de acordo com cada estabelecimento. 

Na manhã desta sexta-feira (22), a dona de uma venda de açaí, localizada no bairro do Curió Utinga, enviou uma arte atualizada no whatsapp dos clientes para informar o aumento no valor do produto.

"O aumento foi inevitável. Os produtores de açaí nos informaram que esse ano o verão foi muito forte e pouca chuva e com isso o plantio não foi tão bom como o esperado. Além das queimadas, teve plantio que queimou mais da metade. Alguns clientes não reclamam e continuam a comprar, às vezes eles reduzem a quantidade, aquele que tomava 2 litros, compra 1L e assim vai, uma minoria deixa de comprar e procurar outro local de venda. Querendo ou não, tenho uma redução", afirma.