FPF explica sobre a ampliação do limite de estrangeiros no Parazão que gerou debate entre clubes

A decisão desagradou alguns dirigentes que questionam a ausência de consulta prévia e o impacto desigual nos clubes menores.

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 16:59

FPF explica sobre a ampliação do limite de estrangeiros no Parazão que gerou debate entre clubes
FPF explica sobre a ampliação do limite de estrangeiros no Parazão que gerou debate entre clubes Crédito: Bruno Carachesti / Agência Pará

A decisão da Federação Paraense de Futebol (FPF) de ampliar de cinco para nove o número de jogadores estrangeiros que podem ser relacionados por partida no Campeonato Paraense tem causado discussões no cenário esportivo local. A medida, que busca alinhar o Regulamento Geral das Competições (RGC) estadual ao da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), visa preparar melhor os clubes paraenses para competições nacionais, mas também gerou controvérsias entre algumas agremiações.

Origem e justificativa da mudança

 Segundo o representante jurídico da FPF, André Cavalcante, a entidade decidiu acatar o pedido com base em critérios técnicos e legais, como a inexistência de competições profissionais em andamento no momento da mudança.

Segundo o representante jurídico da FPF, André Cavalcante, a entidade decidiu acatar o pedido com base em critérios técnicos e legais.
Segundo o representante jurídico da FPF, André Cavalcante, a entidade decidiu acatar o pedido com base em critérios técnicos e legais. Crédito: Silvio Garrido

“Essa regra já está no RGC da CBF, que permite nove estrangeiros. Para apoiar nossos clubes filiados em competições nacionais, entendemos que era importante ajustar o nosso RGC, permitindo uma preparação plena. Essa decisão foi feita dentro da legalidade e busca valorizar o campeonato”, explicou.

A FPF também defendeu que a alteração pode aumentar o nível técnico do estadual, atrair mais patrocinadores e ampliar a audiência.

Impactos na competição e nos clubes

Atualmente, apenas o Paysandu possui nove estrangeiros em seu elenco, mas a medida permite que outros clubes, como Remo, Tuna e Águia, possam seguir o mesmo caminho. Isso poderia tornar o campeonato mais competitivo e atrativo.

No entanto, a decisão desagradou alguns dirigentes que questionam a ausência de consulta prévia e o impacto desigual nos clubes menores, que possuem menos recursos para contratar atletas estrangeiros.

Ações e possibilidade de contestação

A FPF reconhece que a decisão não agradará a todos, mas enfatiza que qualquer questionamento deve ser feito no âmbito legal, no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Caso necessário, a federação sinalizou a possibilidade de incluir a questão no Regulamento Específico das Competições (REC) para o próximo ano, permitindo uma discussão mais ampla.

“Se os clubes entenderem que essa disposição deve ir para o REC, não há problema. No próximo ano, abriremos para debate e votação no Conselho Arbitral”, afirmou.

Perspectivas e próximos passos

A ampliação do limite de estrangeiros no Parazão já está em vigor e será aplicada em todas as competições profissionais do estado nesta temporada. O desfecho da polêmica dependerá do entendimento do TJD e da adesão dos clubes à nova regra. Enquanto isso, a FPF permanece firme na defesa de que a decisão fortalece o futebol paraense e prepara melhor suas equipes para os desafios nacionais.

Desdobramentos

O Santa Rosa entrou com um processo no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PA) para reverter a decisão. O Bragantino seria outro clube a seguir a mesma linha. Ambos os times informaram que o Clube do Remo encabeçaria a ação.