Presidente do BB 'pede perdão' para negros por atuação do banco durante a escravidão

Neste sábado, 18, o Banco do Brasil (BB) anunciou uma série de medidas para promover a igualdade e a inclusão étnico-racial no País que envolvem clientes, funcionários, fornecedores e outros parceiros estratégicos do banco, e serão adotadas de modo voluntário. A instituição também tentou ‘se retratar’ por...

Publicado em 18 de novembro de 2023 às 15:42

Neste sábado, 18, o Banco do Brasil (BB) anunciou uma série de medidas para promover a igualdade e a inclusão étnico-racial no País que envolvem clientes, funcionários, fornecedores e outros parceiros estratégicos do banco, e serão adotadas de modo voluntário. A instituição também tentou 'se retratar' por atuar durante o período de escravidão no Brasil.

A presidente do BB, Tarciana Medeiros, afirmou que toda a sociedade brasileira deveria, de forma direta ou indireta, pedir desculpas à população negra por algum tipo de participação na escravidão. 'Neste contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no País', diz

O BB virou inquérito do Ministério Público Federal em setembro sobre sua participação na escravidão de pessoas negras no Brasil no século XIX e tem afirmado que reconhece o direito à verdade, mas que o período precisa ser analisado de modo mais amplo.Em uma das ações anunciadas hoje, o banco incluiu uma cláusula de fomento à diversidade nos contratos com fornecedores e também fará parceria para encaminhar jovens que participaram do programa de menor aprendiz ao mercado de trabalho. Ao todo, também haverá um programa de mentoria em que atuais líderes negros do banco darão consultoria a 300 profissionais sobre temas ligados a raça e carreira.

Entenda

A investigação do MPF foi instaurada após uma manifestação de professores e universitários que afirmaram que o banco tinha na diretoria e no quadro de sócios, naquele século, pessoas ligadas ao tráfico de africanos e à escravidão. Desde então, houve reuniões entre o banco e o MPF.

Tarciana Medeiros, que é a negra e é a primeira mulher a presidir o BB nos 215 anos do banco afirma que o banco não se furta a encarar a real história de suas versões anteriores, mas que por ser uma instituição da atualidade, realiza atividades voluntárias para combater a desigualdade étnico-racial, com metas concretas e que é necessária uma reflexão de toda a sociedade, de forma permanente, sobre o tema, para que o debate não seja reduzido.

'As sequelas da escravatura convocam todos os atores sociais contemporâneos a agir para a promoção da igualdade étnico-racial, a contribuir por meio de ações concretas, como as que o Banco já desenvolve de modo pioneiro, voluntário e destacado', disse.

Com informações do UOL