Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 14:08
Um dos assuntos mais comentados nesta semana, a nível internacional foi o anúncio das conclusões do Acordo Mercosul-União Europeia, após 25 anos de negociações. No entanto, alguns países mais relevantes dentro da União Europeia, um dos principais parceiros econômicos do Brasil, já se posicionaram abertamente contra sobre o acordo entre o bloco e o Mercosul.
A posição mais conhecida é a da França, que lidera a oposição contra o acordo. Na última quinta-feira, 5, inclusive, o presidente Emmanuel Macron disse à Ursula von der Leyen que a França não pode aceitar o acordo em seu estado atual e o classificou como "inaceitável", informou seu gabinete.
"O projeto de acordo UE-Mercosul é inaceitável em seu estado atual", disse Macron à presidente da Comissão Europeia.
Outro país que já se declarou contra é a Polônia, que ainda garantiu que vai votar junto com Macron.
Em contrapartida, Alemanha e Espanha são abertamente favoráveis, principalmente após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. O republicano prometeu taxar os produtos europeus e o acordo com o Mercosul pode representar um alívio para a economia da União Europeia.
Também regiões com bastante população em relação ao bloco, Áustria, Itália e Países Baixos não têm uma posição definida sobre o acordo, mas também sofrem com pressões do mercado interno.
A burocracia para a assinatura do acordo é longa e deve levar mais de seis meses. Apesar da expectativa pelo anúncio, que ocorre 25 anos após o início das negociações, o acordo ainda não possui nenhum efeito prático e imediato e pode demorar até ser implementado, principalmente por contas das regras para a aprovação dentro da União Europeia.
Diplomatas brasileiros falam em um “longo processo” para traduzir o acordo do original, em inglês, para 23 línguas. Além disso, o documento passa por um processo de revisão jurídica. E, mesmo depois da assinatura, ainda é necessária a aprovação interna em cada país.
Em resumo, o acordo de livre-comércio significa o aumento do comércio entre países da América do Sul e da Europa, com redução de barreiras, como as tarifas cobradas em exportações.
Isso pode representar a modernização das fábricas brasileiras e uma maior integração do país às redes de produção dos países europeus. Depois da China, a União Europeia é o principal parceiro comercial do Brasil.