Publicado em 22 de novembro de 2024 às 18:32
O subprocurador-geral e representante do Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu a suspensão dos salários recebidos pelos 25 militares indiciados pela Polícia Federal (PF) no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado.
Uma representação foi enviada ao tribunal nesta sexta-feira, 22, um dia após vir à tona a informação de que o governo gasta R$ 8,8 milhões ao ano com pagamentos ao grupo.
Na representação, o procurador destacou que os militares tinham o dever funcional de defender a Pátria, mas formaram uma organização criminosa para aplicar um golpe de Estado e abolir de forma violenta o Estado Democrático de Direito.
“Nessas condições, a meu ver, não se mostra razoável e legítimo que o Estado continue a dispender valiosos recursos públicos com o pagamento de régias remunerações a esses indivíduos agora indiciados por esses graves crimes, que podem somar penas privativas de liberdade de até 28 anos”, escreveu Furtado.
“A se permitir essa situação (a continuidade do pagamento de remuneração a esses indivíduos), na prática, o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio estado, para instaurar uma ditadura”, prosseguiu.
Lucas Furtado também solicitou a indisponibilidade de bens de todos os 37 indiciados pela PF, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os ex-ministros general Heleno e Braga Netto e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos.