Médico que operou Lula é filho de delegado que prendeu o petista na época da ditadura

Apesar da posição do então delegado e futuro senador, petista entende que recebeu tratamento digno por parte do pai do médico à época.

Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 10:57

Rogério Tuma 
Rogério Tuma  Crédito: Foto divulgação

Integrante da equipe médica que acompanhou a cirugia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, o neurologista Rogério Tuma é filho do ex-senador Romeu Tuma,  ex-diretor do Deops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão de repressão da ditadura militar em São Paulo.

Romeu e Lula se conheceram na década de 80, quando o delegado chefiava a unidade paulista do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), um dos principais órgãos de repressão da ditadura militar, entre 1977 e 1982. Entre as suas funções estava a de investigar essas mesmas greves.

Em 17 de abril de 1980, o metalúrgico foi preso, acusado de subversão. Enquadrado pela Lei de Segurança Nacional, foi encaminhado ao Dops e soube pelo rádio que a notícia se tornara pública. Ficou preso por 31 dias, mas não foi torturado e prestou depoimentos por escrito, segundo contou à Comissão Nacional da Verdade.

A assessoria de Lula também não informou de quem partiu a escolha da equipe médica, se do presidente, do cardiologista Roberto Kalil Filho, chefe da junta médica, ou do Hospital Sírio-Libanês.