Operação da PF mira uso de cota parlamentar por assessores de deputados

Sóstenes Cavalcante afirmou que tem convicção da lisura do trabalho de seus assessores e disse que nenhum ilícito foi cometido em seu mandato.

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 08:31

Carlos Jordy (PL)
Carlos Jordy (PL) Crédito: Foto reprodução Domingos Peixoto

A Polícia Federal (PF) fez buscas em endereços ligados a assessores dos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) em uma investigação por suspeita de desvio de cota parlamentar, na última quinta-feira, 19. Os deputados negaram envolvimento com as suspeitas investigadas.

Em pronunciamento na Câmara, Carlos Jordy disse ser vítima de perseguição. O deputado alega que todos os contratos que fechou seguiram os trâmites previstos no regimento da Casa.

"Eu não contrato quem presta serviço, isso é trabalho do gabinete. Única coisa que eu peço é: 'procurem o preço mais barato'. Até que me provem alguma suspeita, sempre me prestaram relevante serviço", afirmou. "Quero acreditar que esse tipo de investigação não seja nenhum tipo de perseguição política, porque se for, só tenho a lamentar."

Os mandados de busca foram expedidos pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da investigação.

As diligências da PF foram cumpridas no Rio de Janeiro, Tocantins e Distrito Federal. A corporação informou, em nota, que os crimes investigados são peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As primeiras informações sobre a operação apontam para indícios de um esquema, envolvendo também empresários, para desviar verbas das cotas parlamentares. De acordo com a PF, "agentes públicos e empresários teriam estabelecido um acordo ilícito para o desvio de recursos".