‘Zera o jogo’: Bolsonaro apela a Lula e a Moraes por anistia para pacificar o Brasil

Em entrevista à revista Oeste, o ex-chefe do executivo disse que apenas o perdão aos golpistas de 8 de janeiro pode trazer paz ao país.

Publicado em 29 de novembro de 2024 às 16:09

(O ex-chefe do executivo disse que apenas o perdão aos golpistas de 8 de janeiro pode trazer paz ao país.)
(O ex-chefe do executivo disse que apenas o perdão aos golpistas de 8 de janeiro pode trazer paz ao país.) Crédito: Marcos Correa/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um apelo nesta quinta-feira, 28, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por uma anistia para os investigados por golpe de Estado.

Indiciado pela Polícia Federal por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, Bolsonaro sugeriu a Lula e a Moraes para “zerar o jogo daqui para frente”.

Em entrevista à revista Oeste, o ex-chefe do executivo disse que apenas o perdão aos golpistas de 8 de janeiro pode trazer paz ao país, comparando o momento com a Lei da Anistia de 1979, no fim da ditadura militar. E pôs a maior responsabilidade pela pacificação nas mãos do ministro do Supremo.

“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Em 1979, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião. Vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica!”, ressaltou o ex-presidente.

“Eu apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal, eu apelo. Por favor, repensem, vamos partir para uma anistia, vai ser pacificado”, completou Bolsonaro, sem especificar a quais casos se referia.

Bolsonaro e mais 36 pessoas, incluindo generais e ex-ministros, foram indiciados pela Polícia Federal por integrar uma organização criminosa para impedir a posse presidencial de Lula em 2022. Os acusados podem pegar até 28 anos de prisão em caso de condenação.