Pará tem quatro representantes em amostra que seleciona as melhores amêndoas de cacau do mundo

A relação com os nomes dos produtores classificados ocorreu durante a solenidade do concurso da melhor amêndoa do Brasil, realizada na quinta-feira à noite, no Hangar

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Agência Pará

Publicado em 29 de novembro de 2024 às 16:43

A divulgação ocorreu em um evento realizado nesta quinta-feira, 28, no Hangar, em Belém.
A divulgação ocorreu em um evento realizado nesta quinta-feira, 28, no Hangar, em Belém. Crédito: Mateus Costa/Sedap

O Pará estará mais uma vez participando da seletiva que classificará as 50 melhores amêndoas de cacau do planeta para representar o Brasil no Cacao of Excellence Awards (Cacau de Excelência), considerado o mais importante concurso do segmento. Durante a solenidade de premiação do melhor cacau do Brasil, realizada na noite de quinta-feira (28), no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, foram anunciados os nomes dos empreendedores que estarão no páreo. Dos nove classificados, cinco são do estado.

Os produtores (as) paraenses que tiveram as amêndoas selecionadas são Miriam Aparecida Federicci e Robson Brogni (ambos de Medicilândia), Gilmar Batista de Souza (Uruará), José Renato Preuss (Brasil Novo) e Odair José dos Santos (Novo Repartimento). Também estão na seletiva os representantes de Buritis (Rondônia), Mauro Celso Tauffer, da Bahia, Agrícola Cantagalo Ltda (Fazenda Santa Cruz de Itacaré), Luciano Ramos de Lima (de Ilhéus) e Ana Claudia Milanez Rigoni (do município de Linhares, no Espírito Santo).

Essas amostras, como explicou o coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Pará (Procacau), engenheiro agrônomo Ivaldo Santana, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), passarão por uma seleção feita por um júri técnico composto por especialistas de renome mundial, que vai afunilar a quantidade de amêndoas concorrentes também de outros países, ficando no páreo as 50 melhores do planeta.

A solenidade de anúncio dos vencedores do “Cacau de Excelência” ocorre de dois em dois anos, em Amsterdã, na Holanda, mas os procedimentos para a seletiva é feita anualmente. No caso do Brasil, a organização fica a cargo do Centro de Inovação do Cacau (CIC) – organizador do VI Concurso Nacional de Qualidade Especial realizado no Hangar. A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), também integra o comitê nacional que seleciona as amêndoas.

Veteranos- Os produtores Míriam Federicci e Robson Brogni, de Medicilândia – município de maior produção de cacau do Pará – já são veteranos quando o assunto é conquista de premiações de nível nacional e internacional.

Na noite de quinta conquistaram, respectivamente, o primeiro lugar de melhor amêndoa da Categoria Varietal e o terceiro na Categoria Mistura. Agora, a expectativa de ambos está voltada para a seletiva da premiação mundial, em Amsterdã.

A produtora Míriam, que em fevereiro deste ano dividiu o ouro com o produtor de Ilhéus, Luciano Ramos, no “Cacau de Excelência” desde o ano de 2022 começou a participar de competições do segmento e tem obtido conquistas.

“Nas edições de 2022 e no ano seguinte, fiquei em segundo lugar, agora conseguimos o primeiro e isso tem chamado a atenção dos chocolatiers, que querem comprar a nossa amêndoa, mas eu sempre bato na tecla 'somos agricultores familiares, não temos grande quantidade'; agora a gente quer aumentar a nossa área, mas a gente nunca vai deixar de ser essa família: unidos e trabalhando juntos”, enfatizou.

Ela disse que a participação no concurso em Amsterdã representa um salto na sua vida. “A gente nunca tinha saído do país, e foi surreal. Como pode a nossa sustentabilidade nos levar a um lugar tão longe? A gente está com uma grande expectativa, só temos a agradecer ao Governo do Estado, por meio da Sedap, que nos incentivou e proporcionou termos participado lá desse concurso. Acreditamos que estaremos de novo entre as 50 melhores do mundo”, ressaltou.

Para o colega de ofício, Robson Brogni, a expectativa também é grande em relação a seletiva para a premiação na Holanda. “Novamente participando desse prêmio mundial é um ponto muito positivo, não só ao Pará, mas para o cacau do Brasil; você ganhar um prêmio internacional é uma vitrine mundial“, ressaltou.

Brogni já tem em mãos diversos títulos conquistados desde 2019, quando começou a participar de concursos. “Desde 2019, quando conseguimos como o melhor cacau do Pará, só aumentou a cartela de clientes; em 2021, quando ganhamos o melhor do Brasil, deu outro pulo e agora com certeza vai dar outra evidência ao nosso produto”.