No dia dedicado a combater a obesidade infantil, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) realiza uma série de ações de capacitação, monitoramento e assessoramento técnico junto aos gestores e profissionais da Atenção Primária a Saúde. No estado o sobrepeso afeta 7,74% das crianças de zero a 5 anos. Nesta mesma faixa etária, 7,11% são consideradas obesas. Já na faixa etária de 5 a 10 anos, 14,34% das crianças estão com sobrepeso, 7,36% com obesidade e 4,61% com obesidade grave, a chamada obesidade mórbida.
Os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde e foram apresentados pela Sespa nesta sexta-feira, 3, Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil.
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Os mesmos dados ainda apontam que uma criança que apresenta peso 25% maior que o desejável para sua idade, apresenta o sobrepeso – um alerta para a obesidade. Quando o peso está 30% acima, ela já é considerada obesa. Ambas as condições podem favorecer a doenças futuras.
Considerada uma doença crônica, a obesidade se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e o número de crianças acima do peso tem crescido, tornando a doença um problema de saúde pública. Muitos fatores são apontados como causas, como os genéticos, individuais/comportamentais e ambientais. No entanto, especialistas apontam outro motivo: a rotina que atrapalha a adoção e manutenção de hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física.
Ela também fornece material educativo para implementação de alguns programas nacionais a serem executados pelos municípios, como o Programa Crescer Saudável (PCS) e a Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (Proteja), que propõe estratégias para o combate à obesidade infantil.
Dicas para evitar a obesidade infantil
A coordenadora de Nutrição da Sespa, Walkiria Moraes, explica que a prevenção à obesidade infantil já começa na fase de gravidez da mãe, por meio de um ganho de peso gestacional adequado, seguido de aleitamento materno exclusivo até os seis meses e pode ser mantido até dois anos.
Após os seis meses, é recomendável que a introdução alimentar à criança que deve ser baseada em produtos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, feijão, arroz, leite, carnes, ovos, castanhas.
Os ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, suco de caixinha, salsicha, empanados e salgadinhos devem ser evitados, assim como o excesso de açúcar, o que pode causar dificuldade na aceitação de alimentos saudáveis, importantes para seu crescimento e desenvolvimento.
O consumo de alimentos em frente às telas causa distração, fazendo com que a criança coma de forma automática e, muitas vezes, em excesso, prejudicando o controle de fome e saciedade e promovendo ganho excessivo de peso.
Tratamento
Para tratamento da obesidade infantil, o Estado mantém dois locais de referência. O primeiro deles é o hospital Jean Bitar, para atendimento de adultos e crianças encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
O outro é o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR). Para que a criança seja atendida no local, os pais e/ou responsáveis devem procurar o posto de saúde mais próximo de sua casa para atendimento médico com referência para acompanhamento ambulatorial no Centro.
O paciente entrará pela regulação, através da Sespa. Com isso, o usuário iniciará atendimento médico no CIIR e, dependendo da avaliação da especialidade, poderá ser encaminhado para o profissional de Nutrição para iniciar os atendimentos nutricionais.
Com informações da Agência Pará