Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 19:00
No verão, a proliferação do Aedes aegypti se intensifica, elevando os riscos de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. Essas doenças podem causar sintomas graves e demandam atenção especial, principalmente em crianças, que estão mais vulneráveis a complicações. Para reduzir o risco de picadas de mosquitos, o uso de repelentes é uma das medidas mais eficazes de proteção. No entanto, é essencial escolher produtos adequados e utilizá-los corretamente. >
Fabíola La Torre, coordenadora médica da Linha Pediátrica do Hospital e Maternidade São Luiz Osasco, da Rede D’Or, destaca que nem todos os repelentes são indicados para crianças de qualquer idade. “Para bebês menores de seis meses, a recomendação é evitar o uso de repelentes químicos e apostar em barreiras físicas, como roupas compridas e mosquiteiros”, explica. >
Dos seis meses a dois anos, o ideal é continuar evitando o repelente. “Se houver necessidade, prefira usar o produto na roupa da criança antes de vesti-la. Opte por repelentes à base de permetrina, menos tóxico do que o DEET”, orienta a médica. >
Para crianças acima de dois anos, o uso de repelentes à base de DEET, icaridina ou IR3535 é permitido, mas com restrições. “O DEET deve ter concentração máxima de 10% e o de icaridina, até 25%”, acrescenta a especialista. >
Além de escolher o produto certo, é importante seguir algumas recomendações para garantir a eficácia e segurança do repelente . “O ideal é aplicar o produto apenas nas áreas expostas do corpo, evitando mãos, olhos e boca. Também não se deve passar por cima de ferimentos ou usar em excesso”, alerta Fabíola La Torre. >
Outro cuidado essencial é reaplicar o repelente conforme o tempo de duração indicado na embalagem, especialmente em dias muito quentes ou após contato com água. “Outros repelentes naturais, como citronela e andiroba, podem ser usados, mas a sua eficácia é baixa”, destaca a pediatra. >
Caso a criança apresente sintomas como irritação na pele, vermelhidão, coceira intensa, dificuldade para respirar ou tontura após o uso do repelente, é importante suspender a aplicação e procurar atendimento médico imediatamente. “Esses sinais podem indicar uma reação alérgica ou intoxicação, e a avaliação de um profissional é fundamental para evitar complicações”, orienta Fabíola La Torre. >
Em casos emergenciais, como a ingestão de repelentes ou inseticidas, é possível acionar o SAMU (192) ou o Disque-Intoxicação (0800-722-6001), canal de comunicação criado em 2005 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). >
Abaixo, Fabíola La Torre destaca 10 dicas para o uso seguro dos repelentes em crianças: >
A médica lembra ainda que a forma mais segura é dar preferência aos métodos físicos de proteção, como telas nas janelas e nas portas, mosquiteiros e roupas longas. “Use o repelente pelo menor período possível e retire no banho, com água e sabão, após passada a situação de risco”, alerta a coordenadora do São Luiz Osasco. >
Outro ponto essencial é prevenir a proliferação de mosquitos com ações simples, como eliminar recipientes que acumulam água parada, como vasos de plantas e pneus, manter caixas d’água e reservatórios sempre fechados e os quintais limpos. “A prevenção deve ser feita de maneira combinada. Quanto mais barreiras criarmos contra o mosquito, menor o risco de transmissão das doenças”, conclui a pediatra. >
Por Samara Meni >