10 hábitos diários que podem prejudicar a saúde

Veja como pequenas mudanças na rotina favorecem o bem-estar físico e mental e ajudam a viver melhor

Publicado em 14 de abril de 2025 às 16:14

Usar o celular antes de dormir é um hábito que prejudica o descanso adequado (Imagem: goffkein.pro | Shutterstock)
Usar o celular antes de dormir é um hábito que prejudica o descanso adequado Crédito: Imagem: goffkein.pro | Shutterstock

Viver mais não significa necessariamente viver melhor. O estudo “Global Healthspan-Lifespan Gaps Among 183 World Health Organization Member States” , realizado pela Clínica Mayo, nos Estados Unidos, analisou a população de mais de 180 países e mostrou que, embora a expectativa de vida esteja aumentando em diversas nações, grande parte das pessoas chega à velhice enfrentando mais doenças crônicas — como problemas cardiovasculares, neurológicos e renais — além de uma queda significativa na qualidade de vida.

Conforme o levantamento, a população mundial vive, em média, 9,6 anos de vida enfrentando algum problema de saúde. Segundo Carlos Augusto Figueiredo Correia, médico da área de Clínica Médica do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, hábitos cotidianos, muitas vezes considerados inofensivos, podem comprometer a saúde ao longo dos anos.

“O grande problema dos hábitos prejudiciais é que eles se acumulam silenciosamente. Pequenas atitudes repetidas todos os dias podem ter um impacto muito maior na nossa saúde do que se imagina”, afirma. Por isso, a seguir, o médico lista hábitos comuns que merecem atenção. Confira!

1. Usar o celular na cama antes de dormir

O hábito de checar o celular antes de dormir é comum atualmente, no entanto, a luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina — o hormônio do sono —, prejudicando o descanso e aumentando o risco de problemas cardiovasculares, obesidade e alterações no humor. “A má qualidade do sono pode aparecer associada a doenças como hipertensão, diabetes e até depressão. O ideal é evitar o uso de eletrônicos pelo menos 30 minutos antes de dormir”, orienta o médico.

2. Ficar sentado o dia todo

A rotina sedentária , muitas vezes agravada pelo trabalho remoto ou longas horas em frente ao computador, aumenta consideravelmente o risco de doenças cardíacas, diabetes, obesidade e dores na coluna. “É importante se levantar, caminhar e alongar o corpo a cada uma ou duas horas para estimular a circulação e reduzir os efeitos negativos do sedentarismo”, recomenda Carlos Augusto Figueiredo Correia.

3. Tomar café no lugar da água

O consumo excessivo de café pode provocar desidratação, sobrecarregar os rins e prejudicar o equilíbrio do organismo. “A cafeína em excesso tem efeito diurético, o que pode levar à perda de líquidos essenciais. O ideal é intercalar o café com água ao longo do dia”, alerta o profissional.

4. Pular o café da manhã ou fazer jejum sem orientação

Deixar de se alimentar pela manhã ou aderir a jejuns prolongados sem acompanhamento médico pode desregular os hormônios, desacelerar o metabolismo e favorecer o ganho de peso. “Nem todo mundo se adapta ao jejum. A primeira refeição do dia é importante para fornecer energia e equilíbrio hormonal”, afirma o médico, que destaca ainda a necessidade de não iniciar dietas restritivas sem o acompanhamento de um profissional.

5. Comer rápido e distraído

Mastigar pouco, comer em frente à TV ou ao celular e não prestar atenção nas refeições podem causar indigestão, refluxo, aumento de peso e até quadros de ansiedade alimentar. “A alimentação consciente ajuda na saciedade e melhora o processo digestivo. Reserve um momento exclusivo para as refeições, longe das telas”, orienta Carlos Augusto Figueiredo Correia.

O excesso de açúcar pode levar ao desenvolvimento de diabete e outras doenças (Imagem: everydayplus | Shutterstock)
O excesso de açúcar pode levar ao desenvolvimento de diabete e outras doenças Crédito: Imagem: everydayplus | Shutterstock

6. Exagerar no consumo de açúcar escondido

Alimentos industrializados e ultraprocessados contêm grandes quantidades de açúcar disfarçado, o que pode levar ao desenvolvimento de inflamações crônicas, diabetes tipo 2 e até doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. “O ideal é ler os rótulos e dar preferência a alimentos naturais e minimamente processados”, aconselha o médico.

7. Passar muito tempo em ambientes fechados

A falta de exposição solar reduz os níveis de vitamina D , essencial para a saúde dos ossos, do sistema imunológico e do bem-estar mental. “Sempre que possível, exponha-se ao sol por pelo menos 15 minutos ao dia, com os devidos cuidados, utilizando protetor solar e evitando horários entre 10h e 16h”, recomenda o médico.

8. Abusar dos fones de ouvido

O uso prolongado de fones de ouvido em volumes elevados pode causar perda auditiva precoce, zumbidos e aumento do estresse cerebral. “O volume seguro é aquele que permite ouvir sons externos. E o uso deve ser moderado, com intervalos para descanso auditivo”, explica.

9. Excesso de telas e redes sociais

O consumo exagerado de informações , especialmente nas redes sociais, pode provocar sobrecarga mental, prejudicar a concentração, aumentar a ansiedade e interferir no sono. “O ideal é estabelecer limites para o uso das redes e buscar atividades offline para relaxar o cérebro”, recomenda Carlos Augusto Figueiredo Correia.

10. Não prestar atenção na postura

Maus hábitos posturais no trabalho, ao usar o celular ou na prática de atividades físicas podem gerar dores crônicas, hérnias de disco, problemas respiratórios e fadiga muscular. “Corrigir a postura e investir em ergonomia no ambiente de trabalho faz toda a diferença para a saúde da coluna e do sistema respiratório”, reforça o especialista.

Adotando hábitos mais saudáveis

Para quem deseja mudar esses comportamentos, Carlos Augusto Figueiredo Correia orienta que o primeiro passo é a consciência. A partir disso, é possível fazer pequenas substituições no dia a dia, como:

  • Criar uma rotina de sono adequada;
  • Praticar atividades físicas regularmente;
  • Beber mais água e reduzir o consumo de cafeína;
  • Reservar momentos para alimentação consciente;
  • Reduzir o uso de telas antes de dormir;
  • Fazer pausas durante o trabalho para alongar o corpo;
  • Buscar momentos ao ar livre;
  • Controlar o volume dos fones de ouvido;
  • Adotar práticas de relaxamento e gerenciamento do estresse;
  • Consultar regularmente profissionais de saúde.

“O segredo está na constância. Não é preciso fazer mudanças radicais de um dia para o outro. O importante é começar, mesmo que aos poucos, a cuidar da saúde de forma integral e preventiva”, finaliza o médico.

Por Nayara Campos