Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 17:30
A sociedade vive tempos desafiadores, em que o estresse, a cobrança e a sensação de sobrecarga emocional parecem ser a norma. Com dias tão turbulentos, fica cada vez mais difícil identificar maneiras de relaxar, trazer leveza e criatividade para o cotidiano.Para o psicólogo especialista em bem-estar, Lucas Freire, o brincar pode, e deve, ser visto como um ato de resistência, um recurso para nos conectarmos com o que há de mais essencial na natureza humana. >
“Quando brincamos, recuperamos a capacidade de viver plenamente, de nos relacionarmos de forma mais leve com os outros e com nós mesmos. Não se trata de fugir das responsabilidades ou das dificuldades da vida, mas de encará-las com uma nova perspectiva, uma que acolhe a curiosidade, a espontaneidade e o prazer”, ressalta. >
Pioneiro do método playfulness no Brasil – conceito baseado na capacidade de incorporar o lúdico no dia a dia a fim de construir resiliência emocional e mental –, Lucas Freire afirma que o resgate da criança interior é uma tarefa urgente. Para isso, é preciso criar espaços em que o brincar não seja apenas tolerado, mas incentivado. >
Por isso, a seguir, o psicólogo lista 4 dicas para iniciar esse resgate. Confira! >
Você não precisa de brinquedos ou jogos elaborados para incorporar o brincar na sua vida. O lúdico pode estar em qualquer lugar: na caminhada pela rua, quando você desvia de um caminho reto e se aventura em um trajeto diferente, em uma conversa em que a imaginação possa fluir ou, até mesmo, um projeto de trabalho no qual você ousa testar novas possibilidades . Que tal se desafiar a encontrar algo divertido ou curioso no que você faz todos os dias? >
O excesso de atividades e a necessidade de sempre estar com foco na produtividade podem nos sufocar. Separe momentos do seu dia para o “não fazer nada” – e permita que esses momentos te levem a explorar ideias e atividades de forma espontânea. A criatividade nasce no espaço vazio, no silêncio que permite o brincar de forma orgânica. >
Lembre-se do que você amava fazer quando era criança. Você gostava de desenhar? Construir coisas? Brincar com fantoches ou bonecos? Tente recuperar essas atividades , mesmo que pareçam “bobas”. Elas carregam pistas valiosas sobre aquilo que te traz alegria de forma genuína. >
Muitas vezes, deixamos de brincar porque sentimos que não somos “bons o suficiente”. O medo de julgamento nos paralisa. Aqui está o segredo: brincar não tem a ver com ser bom, mas com ser livre. Permita-se falhar, rir de si, não levar tudo tão a sério. >
Dessa forma, é possível abrir espaço para a leveza, o improviso e a criação de momentos que transcendem o utilitarismo e nos reconectam com o sentido mais profundo da existência. Brincar, afinal, é viver. E se a vida atual parece tão exaustiva, talvez seja justamente porque esquecemos como fazer isso. >
Por Ana Paula Gonçalves >