Após reunião com Nunes, Defensoria proíbe servidores de opinar na internet

A Defensoria enviou na sexta orientação aos servidores do órgão sobre posicionamentos. A nota recomenda que entrevistas e manifestações à imprensa sejam feitas com a mediação da assessoria de imprensa

Publicado em 4 de março de 2025 às 10:27

A Defensoria enviou na sexta orientação aos servidores do órgão sobre posicionamentos. A nota recomenda que entrevistas e manifestações à imprensa sejam feitas com a mediação da assessoria de imprensa
A Defensoria enviou na sexta orientação aos servidores do órgão sobre posicionamentos. A nota recomenda que entrevistas e manifestações à imprensa sejam feitas com a mediação da assessoria de imprensa Crédito: Reprodução

Os servidores paulistas devem se abster de opiniões sobre assuntos institucionais nas redes sociais, foi o que disse um comunicado enviado pela corregedoria da Defensoria de São Paula na última sexta-feira (28). A ordem foi dada após reunião entre a defensora pública-geral de São Paulo, Luciana Jordão, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Luciana Jordão e Ricardo Nunes se reuniram para discutir o uso do Smart Sampa no Carnaval. No último sábado, a defensoria enviou ofício pedindo para que a prefeitura não use a tecnologia de reconhecimento facial nos dias de festa. O órgão classificou a aplicação do sistema nos blocos como "discriminatória".

Na terça-feira, Ricardo Nunes inaugurou o "prisômetro", no centro da cidade. O equipamento mostra o número de suspeitos presos com a ajuda do Smart Sampa. Na ocasião, ele criticou a Defensoria. 

No mesmo dia, a Defensoria Pública divulgou nota no site e disse reafirmar seu compromisso com os direitos fundamentais e a segurança pública e reconhecer "a importância de iniciativas que busquem aprimorar a segurança pública e a gestão urbana, como o programa Smart Sampa".

Parlamentares atacaram defensoras. Nesta semana, deputados ligados ao prefeito fizeram uma ofensiva contra a equipe do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública. A deputada Carla Morando (PSDB) disse que elas "incorrem em eventual extrapolação de suas competências constitucionalmente previstas". A parlamentar é casada com o secretário municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando. 

A Defensoria enviou na sexta orientação aos servidores do órgão sobre posicionamentos. A nota recomenda que entrevistas e manifestações à imprensa sejam feitas com a mediação da assessoria de imprensa. Além disso, orienta que evitem expressar opiniões pessoais sobre assuntos institucionais, especialmente em redes sociais, para evitar confusão entre posicionamentos individuais e institucionais.


Com informações do UOL