Publicado em 20 de abril de 2025 às 22:41
Uma proposta inédita pode abrir caminho para que cães e gatos adotados ganhem um nova posição na vida de seus tutores: o de dependentes no Imposto de Renda. A sugestão parte do conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), André Clemente, que vai enviar um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo a avaliação da medida.>
A ideia é que tutores de animais resgatados possam abater no IR os custos relacionados à alimentação, cuidados veterinários, vacinação e outros gastos essenciais para o bem-estar dos pets. “A inclusão desses dependentes no cálculo do imposto de renda poderia aliviar parte do ônus financeiro sobre os tutores, incentivando assim a adoção de mais animais abandonados”, argumenta Clemente.>
A proposta ganha relevância diante de dados alarmantes. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui mais de 30 milhões de animais abandonados. A Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) aponta ainda que 75% dos cães do mundo vivem nas ruas, reflexo de falhas estruturais na gestão da população animal, trazendo riscos à saúde pública e ao próprio bem-estar dos bichos.>
O debate revisita em um momento estratégico. Na última quinta-feira (17), o presidente Lula lançou oficialmente o Sistema do Cadastro Nacional de Animais Domésticos, o SinPatinhas. A plataforma busca criar um banco de dados nacional com informações sobre cães e gatos, permitindo o rastreio em casos de desaparecimento e oferecendo alerta sobre vacinação, castração e microchipagem.>
Ao unir políticas públicas de identificação animal com incentivos fiscais à adoção, a proposta de André Clemente sinaliza um novo capítulo na luta contra o abandono. Caso avance, pode transformar a relação entre o Estado, os tutores e os milhões de animais que ainda esperam por um lar.>