Crime organizado cobra até R$ 350 para restabelecer água em bairro do Rio de Janeiro

Facção criminosa exige R$ 200 para restabelecer abastecimento de água e R$ 150 de “condomínio” em bairro da Baixada Fluminense.

Publicado em 19 de abril de 2025 às 21:51

Crime organizado cobra até R$ 350 para restabelecer água em bairro do Rio de Janeiro
Crime organizado cobra até R$ 350 para restabelecer água em bairro do Rio de Janeiro Crédito: Reprodução

Moradores do Jardim Pantanal, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, enfrentam uma situação alarmante: traficantes locais cortaram o fornecimento de água de cinco condomínios na Rua Lauro Sodré, afetando cerca de 2 mil pessoas. Para restabelecer o serviço, os criminosos exigem o pagamento de uma taxa de R$ 200. Além disso, impõem uma cobrança mensal de R$ 150 por apartamento, sob o pretexto de “condomínio”.

A interrupção no abastecimento forçou os moradores a buscar água em outras fontes, como uma igreja local, para suprir necessidades básicas. Apesar de denúncias feitas ao Disque Denúncia e ao batalhão da Polícia Militar responsável pela área, os residentes relatam que nenhuma medida efetiva foi tomada até o momento.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da 60ª DP (Campos Elísios), informou que investigações estão em andamento para apurar o caso e coibir a exploração de serviços básicos por organizações criminosas. A corporação destacou que, em operações anteriores, integrantes da facção atuante na região foram presos por práticas semelhantes.

A concessionária Águas do Rio, responsável pelo abastecimento na região, declarou que o fornecimento foi afetado recentemente por uma interferência de uma obra pública, mas que os reparos foram concluídos e o abastecimento encontra-se normalizado. A empresa afirmou desconhecer qualquer corte de água realizado por terceiros e que não foi procurada sobre o assunto.

Este episódio evidencia a vulnerabilidade dos moradores do Jardim Pantanal diante do controle exercido por facções criminosas, que impõem taxas ilegais e restringem o acesso a serviços essenciais. A situação reflete um problema mais amplo de segurança pública e acesso a direitos básicos em comunidades dominadas pelo crime organizado.