Publicado em 18 de novembro de 2024 às 08:55
Todos os eventos da cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) estarão concentrados nesta segunda-feira, 18, e na terça-feira, 19, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. O local foi escolhido a dedo para que tivesse condições de ser o palco das reuniões, almoços e até da recepção à noite. Quanto menos os chefes de Estado e de governo circularem pela cidade, maior é a sensação de segurança e mais fácil fica o monitoramento das autoridades.
Tudo já estava programado para ocorrer dessa forma mesmo antes do atentado à bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na semana passada. O episódio na capital federal, ocorrido às vésperas da chegada dos líderes, aumentou os padrões de segurança domésticos e também das comitivas que começaram a desembarcar no Brasil no fim de semana.
Além disso, ao evitar o deslocamento de presidentes, primeiros-ministros e outras autoridades pelo Rio espera-se também coibir possíveis manifestações. A última de grande porte ocorreu em Hamburgo, na Alemanha, com cerca de 100 mil pessoas nas ruas. O movimento começou momentos antes de os políticos se encaminharem para uma apresentação da orquestra da cidade na casa de concertos Elbphilharmonie, levando a 476 policiais feridos, 186 manifestantes presos e 225, detidos por pelo menos três dias. A reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) registrou o episódio no local, em 2017. Até o momento, o volume de protestos durante eventos paralelos à cúpula no Rio é pequeno.
O encontro de líderes, que começa nesta segunda-feira, prevê a realização de três sessões plenárias: uma na manhã desta segunda; outra, à tarde e uma terceira na terça pela manhã. Cada uma terá como tema uma das três prioridades do G20 Brasil: inclusão social e luta contra a fome e pobreza, reforma da governança global e desenvolvimento sustentável e transições energéticas.
Programação - A chegada de líderes está prevista para o período das 8h30 às 10 horas desta segunda-feira. Todos serão recebidos pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e pela primeira-dama Janja Lula da Silva.
A primeira sessão está marcada para as 10 horas e tratará da inclusão social e luta contra a fome e pobreza. Nesse momento será lançada a aliança global contra fome e pobreza, o maior legado do Brasil durante sua presidência rotativa até o momento. Há a expectativa de que Lula leia a lista dos países e entidades que já aderiram ao programa, ainda que ele permaneça com o período de adesões aberto.
Após o lançamento, começa a sessão de debates sobre todos os temas de inclusão social, ainda dentro da primeira sessão, que vai se estender até as 13 horas. Assim como ocorreu na edição anterior, em Nova Délhi, na Índia, haverá almoço até as 14 horas durante a sessão. Nesse período estão previstos discursos, intervenções e debates. Na sequência está marcado um curto intervalo, que durará até as 14h15.
Nesse momento, se inicia a segunda sessão, que terá como tema a reforma da governança global. A discussão aborda não apenas a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), das instituições financeiras internacionais (nascidas com Breton Woods, como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional - FMI) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esta parte deve ocorrer até as 18 horas. No início da noite, Lula e Janja serão os anfitriões de uma recepção que durará até as 20 horas, também no MAM.
Na terça-feira, das 10h às 12h30, é a vez das discussões sobre desenvolvimento sustentável e transições energéticas. Após o debate, terá início a sessão de encerramento e de transmissão da presidência rotativa do G20 para a África do Sul.
Na cerimônia simbólica, que deve ser entre 12h30 e 13 horas, o presidente africano Cyril Ramaphosa receberá o bastão de Lula. Logo depois, será servido almoço, das 13h.