Publicado em 27 de abril de 2025 às 12:55
Um homem e uma mulher trans foram resgatados de trabalho análogo à escravidão em Minas Gerais. Os suspeitos foram presos por atrair vítimas LGBT+ com promessas falsas e uso de violência
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Um homem de 32 anos que era mantido em situação análoga à escravidão em Planura, Minas Gerais, foi obrigado a tatuar as iniciais dos patrões nas costelas, enquanto era submetido a jornadas de trabalho exaustivas sem remuneração, e sob violência.
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Uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Polícia Federal (PF) e Ministério Público do Trabalho (MPT) resgataram as vítimas. Eles sofriam violências físicas, sexuais e psicológicas. O resgate foi feito entre os dias 8 e 15 de abril.
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Três homens, de 57, 40 e 24 anos, foram presos em flagrante. Segundo a investigação, eles formavam um trisal e atraiam pessoas LGBT+ em situação de vulnerabilidade com falsas promessas de emprego, moradia e estudo. Os suspeitos são um contador, um administrador e um professor, que não tiveram identidades reveladas.
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As vítimas eram aliciadas pelas redes sociais, com a falsa promessa de que teriam ajuda para concluir o ensino médio, e fazer cursos profissionalizantes em uma instituição de ensino mantida pelo trio. Após ganharem a confiança das vítimas, os criminosos forçavam elas a jornadas exaustivas de trabalho sem pagamento e vários tipos de agressões.
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Conforme os auditores, o homem resgatado foi obrigado a trabalhar como empregado doméstico e sofreu diversas agressões ao longo dos anos. Ele foi coagido a tatuar as iniciais dos patrões como forma de marcar a “posse” sobre ele. A mulher trans que foi resgatada foi explorada por seis meses, e relatou ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) devido ao estresse e violências. >
Os criminosos foram levados para a Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, Minas Gerais. Eles devem responder pelo crime de tráfico de pessoas para fins de trabalho em condição análoga à escravidão.>
Com informações do Terra>