Publicado em 15 de outubro de 2024 às 09:58
A terapia CAR-T Cell, desenvolvida em parceria com a USP e o Instituto Butantan, apresentou remissão completa em 9 dos 14 pacientes testados, representando uma grande conquista para a humanidade. A informação foi divulgada pelo Instituto Butantan, no dia 8 de outubro, em São Paulo.>
Essa técnica revolucionária, usa células de defesa do próprio paciente, modificadas geneticamente, para atacar tipos agressivos de câncer como leucemia, linfóide aguda, linfoma não Hodgkin e mieloma múltiplo. Para muitos, é uma esperança nova, especialmente para quem não responde à quimioterapia ou transplantes.>
A terapia já é aprovada nos EUA e está sendo considerada um marco no combate ao câncer, trazendo a possibilidade de estarmos próximos de ver a ciência vencer o câncer, após anos de estudos.>
Entenda o processo>
A terapia celular CAR-T Cell tem obtido resultado importante no tratamento de alguns tipos de câncer, por meio da reprogramação das células de defesa do corpo. A tecnologia celular CAR-T é um tipo de imunoterapia que utiliza linfócitos T, células do sistema imunológico responsáveis por combater agentes patogênicos e células infectadas.>
O tratamento consiste em retirar e isolar os linfócitos T do paciente, ativá-los, programá-los para conseguirem identificar e combater o câncer e, depois, inseri-los de volta no organismo do indivíduo. Todo o processo pode durar cerca de dois meses. A terapia é feita por meio de infusão intravenosa.>
O termo CAR é um acrônimo em inglês para chimeric antigen receptor (em português, receptor quimérico de antígeno). O T é referente ao linfócito T. A célula CAR-T é um linfócito T que passou por modificação genética.>
Atualmente, segundo o Hospital A.C. Camargo, centro de referência no tratamento de câncer, as indicações já aprovadas e com uso vigente no Brasil são para pacientes com linfoma difuso de grandes células B (tipo de linfoma não Hodgkin) e leucemia linfoblástica aguda, ambas no cenário recidivado ou refratário da doença. Na saúde pública, a terapia celular ainda está em fase de desenvolvimento no país.>
Como efeito colateral, pode haver uma reação inflamatória, com possibilidade de febre, queda da pressão arterial e necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI). Segundo especialista ouvido pela Agência Brasil, os efeitos colaterais podem levar pacientes à morte.>
Ainda segundo informações do A.C. Camargo, nas primeiras semanas após infusão das células CAR-T, o paciente pode apresentar alguns sintomas neurológicos, que vão desde um quadro mais leve de confusão mental até a presença de crises convulsivas.>
Diferença entre tratamentos>
A quimioterapia consiste na aplicação de medicamentos para destruir as células que formam os tumores, atuando em diversas etapas do metabolismo celular, explica o A.C. Camargo. A imunoterapia é uma forma de tratamento que estimula o sistema imunológico do paciente para que ataque as células do câncer.>
Já o tratamento com as células CAR-T é uma modalidade da imunoterapia, mas que utiliza células de defesa que passaram por modificação genética, sendo reprogramadas em laboratório para atingir os tumores.>