Operação da Polícia Federal apura fraude na distribuição de plantões médicos

Os funcionários públicos, em vez de cumprir o horário de trabalho regular para o qual foram designados, desempenhavam várias atividades, incluindo viagens internacionais.

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 15:16

Operação investiga fraude durante plantões médicos.
Operação investiga fraude durante plantões médicos. Crédito: Divulgação/Polícia Federal

Na manhã desta quinta-feira, 3, a Polícia Federal, em colaboração com o Ministério Público Estadual do Amapá, iniciou uma investigação para deflagrar um possível esquema criminoso no qual médicos do Hospital de Clínicas Doutor Alberto Lima (HCAL) estariam fraudando a escala de trabalho, desde abril de 2022, afetando negativamente o serviço ao público do hospital.

Em Macapá, a Operação “Jaleco Fantasma” executa 13 mandados de busca e apreensão. De acordo com a Polícia Federal, mais de R$ 3 milhões foram pagos de forma indevida por plantões que não ocorreram.

Como funciona o esquema

Conforme as investigações, havia duas escalas de plantão para uma certa especialidade médica, uma oficial e divulgada no site da secretaria estadual de saúde e outra alternativa, que não era divulgada. Combinando as duas escalas, cada médico deveria realizar cerca de 24 plantões de 12 horas mensais.

Cada plantão custa aproximadamente R$ 1 mil, resultando em uma média de R$ 24 mil pagos a cada médico, incluindo plantões que não foram realizados.

Durante a investigação, notou-se que os funcionários públicos, mesmo recebendo os pagamentos, em vez de cumprirem o horário de trabalho regular para o qual foram designados, executavam várias atividades, incluindo viagens internacionais, faltando aos plantões", informa um comunicado da Polícia Federal.

Esse também foi o montante em propriedades dos investigados que foram congeladas por decisão judicial.

A Justiça ordenou a suspensão cautelar de dois funcionários. Os indivíduos sob investigação podem ser acusados de peculato, falsificação ideológica de documento público e associação criminosa. Caso sejam condenados, as sanções podem atingir 25 anos de prisão, acrescidos de multa e perda do cargo público.

Balanço

Durante a execução dos mandados, diversos veículos dos investigados foram confiscados. Os bens dos investigados foram bloqueados judicialmente no montante de R$ 3 milhões.

Também foram encontrados R$ 75 mil em dinheiro vivo nas casas dos investigados e em outro lugar €4 mil euros. Também foram confiscados os valores.