Saiba quem é a desembargadora que vendeu quase R$ 1 milhão em sentenças

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a desembargadora e os filhos teriam formado organização criminosa para obter vantagens econômicas por meio de corrupção e lavagem de dinheiro.

Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 19:14

Lígia Maria Ramos Cunha Lima, e os filhos Rui Barata Lima e Artur Gabriel Ramos Barata Lima, são investigados na Operação Faroeste. 
Lígia Maria Ramos Cunha Lima, e os filhos Rui Barata Lima e Artur Gabriel Ramos Barata Lima, são investigados na Operação Faroeste.  Crédito: AL/BA

Uma desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), e seus dois filhos, tornaram-se réus sob acusação de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, em decisão tomada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última quarta-feira (19).

Lígia Maria Ramos Cunha Lima, e os filhos Rui Barata Lima e Artur Gabriel Ramos Barata Lima, são investigados na Operação Faroeste, que investiga esquema de venda de decisões judiciais relacionadas a disputas de terras no oeste baiano.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a desembargadora e os filhos teriam formado organização criminosa para obter vantagens econômicas por meio de corrupção e lavagem de dinheiro. A ação teria iniciado em 2015, quando Lígia assumiu o cargo de desembargadora e passou a atuar na Câmara do Oeste do TJBA.

Segundo as investigações, eles negociaram R$ 950 mil em decisões favoráveis sob a relatoria da magistrada. Em um dos casos, um dos filhos de Lígia adquiriu veículo de R$ 145 mil um dia após a desembargadora proferir voto supostamente negociado por R$ 400 mil.

A Operação Faroeste começou em 2019, e investiga um complexo esquema de corrupção envolvendo magistrados, servidores públicos, advogados e empresários que atuavam na venda de decisões judiciais para legitimar a posse de terras no oeste da Bahia.

Por causa do envolvimento no esquema, Lígia foi alvo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que aplicou a pena de aposentadoria compulsória a desembargadora, em novembro de 2024.