Publicado em 18 de março de 2025 às 17:38
Popularmente conhecida como “doença do carrapato”, essa condição, na verdade, engloba duas enfermidades distintas: erliquiose e babesiose. Ambas são transmitidas pelo carrapato marrom ( Rhipicephalus sanguineus ), um dos mais comuns em cães. >
“A erliquiose e a babesiose são as principais enfermidades que caracterizam o que se conhece popularmente como ‘doença do carrapato’. Embora ambas tenham a mesma via de transmissão e afetem as células de defesa do cão, elas agem de maneira distinta no organismo”, explica Marina Tiba, médica-veterinária e gerente de produto da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal. >
Essas doenças exigem diagnóstico e tratamento veterinário para proteger a saúde do animal de complicações e até mesmo da morte. “É importante destacar que essas doenças são graves e exigem tratamento imediato, sendo que o quadro clínico e prognóstico são variáveis de acordo com a gravidade da infecção, a resposta do organismo, a espécie do patógeno envolvido no caso e até a presença de comorbidades”, afirma Marina Tiba. >
A erliquiose é causada pela bactéria Ehrlichia canis , transmitida pela picada do carrapato marrom. Após entrar na corrente sanguínea, a bactéria se instala nos glóbulos brancos, comprometendo o sistema imunológico do cachorro, causando a destruição dessas células, além da possibilidade de acometer hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas. >
A doença pode se manifestar em três fases: >
Se não tratada adequadamente, o animal pode morrer. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento são essenciais para aumentar as chances de recuperação. >
A babesiose é causada por protozoários do gênero Babesia, sendo as espécies Babesia canis e Babesia gibsoni as mais comuns em cachorros. A transmissão ocorre por meio da picada do carrapato marrom, que injeta o protozoário na corrente sanguínea do animal . >
“Essa doença destrói os glóbulos vermelhos do animal, resultando em um quadro de anemia severa. O pet pode apresentar sinais físicos e comportamentais logo após a infecção, como palidez, perda de apetite, cansaço extremo, letargia e depressão”, explica Marina Tiba. >
Em casos mais graves, a babesiose pode causar complicações hepáticas, renais e até levar o animal a óbito se não for tratada a tempo. >
O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz e melhores chances de recuperação. Inicialmente, o veterinário avalia os sintomas apresentados pelo cachorro , como febre, anemia, apatia e sangramentos. >
Para confirmar a infecção, são solicitados exames de sangue, como hemograma, que pode indicar alterações como queda de plaquetas e anemia. Além disso, testes específicos, como sorologia e PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), ajudam a identificar a presença da bactéria Ehrlichia canis ou do protozoário Babesia sp . no organismo do animal. >
O tratamento da erliquiose e da babesiose deve ser iniciado o quanto antes e é feito com medicamentos específicos prescritos pelo veterinário. No caso da erliquiose, são utilizados antibióticos por um período que pode variar de semanas a meses, dependendo da gravidade da infecção. Para a babesiose, o tratamento envolve medicamentos antiparasitários, que atuam eliminando o protozoário do organismo do cão. >
Além disso, ambos os casos podem exigir suporte clínico, incluindo suplementação, anti-inflamatórios, fluidoterapia para reidratação e, em situações mais graves, transfusão sanguínea para estabilizar o animal.“Mesmo que o animal apresente melhora nos primeiros dias, é essencial que o tutor siga o tratamento até o fim, conforme a orientação veterinária, para garantir a cura completa e evitar recaídas”, reforça Marina Tiba. >
A prevenção da erliquiose e da babesiose está diretamente ligada ao controle de carrapatos, principal meio de transmissão dessas doenças. Para isso, é fundamental manter o ambiente sempre limpo, evitando infestações, e utilizar antiparasitários, como coleiras, sprays, pipetas ou comprimidos específicos, de acordo com a recomendação veterinária. >
Além disso, é importante inspecionar regularmente o pelo do cachorro, verificando patas, axilas, orelhas e virilhas, especialmente após passeios em áreas externas, para remover eventuais carrapatos antes que possam transmitir os agentes infecciosos. >
Ademais, as consultas e os exames veterinários regulares são fundamentais para o diagnóstico precoce. “Ao adotar esses cuidados, é possível preservar a qualidade de vida dos cães e evitar complicações associadas à doença do carrapato, garantindo bem-estar e segurança para os animais e suas famílias”, finaliza Marina Tiba. >