A emoção tomou conta dos corredores do Hospital Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, na última quinta-feira, 25. Davi Emanoel, de apenas 1 ano e 5 meses foi o motivo. Ele recebeu alta da UTI Neonatal, após 538 dias internado.
A estudante, Gerlane Torres, que já tinha um filho autista, tomou um susto quando o pequeno Davi começou a apresentar sinais de complicação no pós parto e procurou atendimento médico na cidade onde moravam, o município de Gurupá, localizado na chamada de região das ilhas. Sem um diagnóstico preciso o paciente foi transferido para Belém, para ser atendido no Abelardo Santos.
Gerlane explica que o começo foi muito difícil, principalmente pela adaptação, por ter vindo do interior, sem saber exatamente como ficariam as coisas. Além disso o irmão mais velho de Davi, o Ravi, de 3 anos, ficou no interior com a avó e só depois de alguns meses veio para a capital morar com os pais e o irmão.
“No começo foi bem difícil, foi bem difícil, porque a gente não tinha rumo. A gente chegou aqui, nós somos do interior, somos do Marajó, e não sabíamos o que podia acontecer com ele, não sabíamos o que ele tinha, mas a equipe neonatal da UTI do Abelardo Santos foi essencial pra gente. Pois foram humanos, seguraram nossas mãos quando mais precisamos”, conta a mãe emocionada.
Davi foi diagnosticado com Anóxia, uma falta de oxigenação no corpo, que acabou deixando sequelas no sistema respiratório e digestivo do menino. Hoje o pequeno depende de ventilação mecânica e usa gastrostomia, um tubo colocado no pescoço que é ligado ao estômago, para se alimentar. A mãe fala emocionada da equipe profissional que cuidou do filho mais novo. ” Eu falo para todo mundo que a UTI pediátrica, os médicos, os enfermeiros, os técnicos, os fisioterapeutas inclusive, foram essenciais. Se hoje nós estamos aqui eu sou muito grata. Eles foram humanos comigo e com meu filho, a gente comemorava mesários lá dentro. Se hoje meu filho conseguiu sair da UTI foi por causa deles. Criamos um laço com eles que vai ficar pra sempre, tenho certeza” compartilha.
Davi segue agora dando continuidade ao seu tratamento na enfermaria e Gerlane explica que os médicos dizem que ele precisa ainda de maturidade cerebral, e que com o tempo a expectativa é que ele consiga sair do ventilador e assim comer pela boca sem ajuda do tubo.
Veja a saída de Davi da UTI: